Do Maranhão da Gente
O
julgamento da Ação Direita de Inconstitucionalidade (Adin) ajuizada
pela OAB-MA (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Maranhão)
contra a lei que estatizou a Fundação da Memória Republicana que estava
agendado para esta quarta-feira (30) no Tribunal de Justiça do Maranhão
(TJ-MA) foi adiado por falta de quórum.
Batizada
inicialmente como Fundação José Sarney, a Fundação da Memória
Republicana é alvo de uma ADIN protocolada pela OAB-MA contra a Lei nº
9.479/2011, mas o julgamento foi mais uma vez adiado. Na ação, a OAB-MA
contesta os argumentos da governadora Roseana Sarney para a estatização
da entidade para preservar o patrimônio da fundação, ameaçada em virtude
de uma grave crise financeira.
A OAB
não entendeu dessa forma e contestou afirmando que “a preservação do
acervo histórico não era a finalidade efetivamente buscada na lei, mas
sim cultuar a imagem de uma pessoa viva, que exerce mandato eleitoral em
plena atividade política, no caso o ex-presidente do Senado Federal,
José Sarney”.
Além disso, as
contestações da ação protocolada pela OAB/MA também tratam do artigo que
outorga o direito vitalício ao senador José Sarney de indicar dois
membros do conselho que administrará a fundação mantida pelo executivo
estadual, e ainda garante o mesmo direito aos herdeiros e sucessores do
senador após a sua morte.
Culto à personalidade
A
Lei nº 9.479/2011 criada pela governadora Roseana Sarney (PMDB) tornou
pública, uma instituição criada para atender a interesses particulares e
que cultua a personalidade do ex-presidente do senado, José Sarney
(PMDB). O patrimônio da entidade inclui “documentos históricos”
relativos ao período em que Sarney foi presidente. São atas de reuniões
com ministros, pronunciamentos, entrevistas, anotações, obras de arte e
uma biblioteca. O patrimônio da fundação também inclui uma estátua de
bronze, em tamanho natural, em que Sarney aparece lendo um livro num
banco de jardim.
Fundada inicialmente
na década de 90, a entidade hoje tem sede no Convento das Mercês, após
doação do ex-governador João Alberto. O prédio fundado em meados do
século XVII, com participação do padre Antônio Vieira representa uma
relíquia histórica e arquitetônica que já abrigou a Ordem dos
Mercedários até 1905, e em seguida passou ao controle do governo
estadual, e desde a década de 90 serve de palco para o culto à
personalidade do senador José Sarney.
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