Por Rogério Santos, na Revista Meio Jogo
Após
a sua sexta conquista em campeonatos brasileiros absolutos, fizemos um
raio-x desse incrível enxadrista, que figura a muito tempo na categoria
de lendas do xadrez nacional.
Rafael
Leitão se destaca entre os demais enxadristas brasileiros, pois ele foi o
mais jovem brasileiro a conseguir o título de Grande Mestre
Internacional, com apenas 18 anos de idade. Entre os brasileiros, ele é o
mais bem colocado no ranking da FIDE (até dezembro de 2013), ocupando a
primeira posição do ranking. Detentor de diversos títulos, ele começou a
adquirir experiência ainda jovem, quando conquistou de uma maneira
surpreendente três títulos mundiais FIDE, sendo eles:
- sub-8, sub-12 (compartido) e sub-18.
O
título do campeonato sub-18 é um dos mais festejados por Rafael, e
muito parabenizado por diversos especialistas do xadrez, pois o alto
nível das partidas exigiu muito do enxadrista brasileiro, e ele se
demonstrou altamente capaz de jogar de igual pra igual, e até mesmo
vencer as potências de xadrez da Rússia.
Muito
carismático e atencioso, Rafael começou cedo com o incentivo do pai, no
seu querido Maranhão. Aos quinze anos, o fã de Mikhail Tal, teve que
tomar uma difícil decisão:
“Em 1995
tive um dilema pouco comum para um garoto de 15 anos de idade: abandonar
a cidade natal e morar a dois mil quilômetros de toda a família ou
abdicar de um sonho. Seria muito difícil continuar jogando xadrez
morando em São Luís, muito distante de São Paulo, o nosso centro
enxadrístico. Havia recebido um convite para morar em Americana e depois
de muito pensar resolvi aceitá-lo, entre os prantos de minha mãe e o
apoio de meu pai. As pessoas que conhecem minha personalidade sabem como
foi difícil esta decisão, como reluto em embarcar rumo ao desconhecido.
Um pouco mais deve ser dito sobre como recebi este convite. Em 1994,
algum tempo depois de jogar um Aberto do Brasil em Americana, recebi um
telefonema inusitado: tratava-se de uma oferta para representar a cidade
em duas competições. A primeira experiência foi ótima, pois jogando com
meu amigo Rodrigo Fernandez, fomos campeões brasileiros interclubes de
relâmpago. E o que veio a seguir foi um dos torneios mais marcantes da
minha carreira, os Jogos Abertos do Interior, em Campinas. Um ambiente
espetacular, instalado em um lindo chalé e pela primeira vez em contato
real com Grandes Mestres do porte de Alonso Zapata e Gilberto Milos. E a
amizade com uma pessoa que estava predestinada a entrar para a história
do xadrez paulista em poucos anos: José Alberto Ferreira dos Santos.
José Alberto foi o grande responsável por minha vinda a Americana.
Movido por puro idealismo convidou-me a dividir o lar com sua família e
assim vivemos por quase dois anos. Além disso, foi o Zé quem articulou
os primeiros contatos que eventualmente concretizaram meu treinamento
com Gilberto Milos, treinamento este que eventualmente me levou ao
título de Grande Mestre. “
Agora, com
34 anos, podemos ver que sua decisão foi uma das mais felizes que
poderia ter feito. Vida longa ao novo rei do xadrez nacional.( Do Blog do John Cutrin/JP)
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