Os
Hospitais Públicos de Teresina deixarão de receber pacientes
oncológicos vindos do Estado do Maranhão através do Sistema Único de
Saúde (SUS), a partir desta quarta-feira (1).
A
decisão acontece porque o estado do Maranhão está devendo à prefeitura
de Teresina, mais de R$ 8 milhões após deixar de repassar valores
referentes a um acordo feito em 2010, que estabeleceu que o Maranhão
deveria repassar para a prefeitura o valor de R$ 300 mil por mês
referente aos atendimentos de emergência e os atendimentos para
pacientes que passar por tratamento contra o câncer.
Segundo
o secretário municipal de Saúde de Teresina, Noé Fortes, a demanda
cresceu muito e não é mais possível manter o pacto nos mesmos moldes.
O governo do Maranhão fará uma auditoria, para que o atendimento aos pacientes do estado não seja cancelado.
Noé
Fortes, secretário de Saúde de Teresina, esteve na semana passada em
São Luís para uma reunião com representantes da Secretaria de Saúde do
Maranhão, na tentativa de resolver o impasse e receber a dívida. No
entanto, não houve avanços. “Queríamos conversar com o secretário de
Saúde, mas fomos recebidos apenas pelo subsecretário José Márcio Leite,
que não tem autoridade para resolver o impasse”, explicou.
Ao
apresentar a conta de R$ 8 milhões, Noé relatou que o gestor
maranhense, Ricardo Murad, discordou do valor, ressaltando que os
municípios do estado não teriam encaminhado tamanha quantidade de
pacientes, gerando esta despesa no sistema de saúde de Teresina. “Nós
temos todos os encaminhamentos feitos por profissionais do Maranhão para
que os pacientes fossem tratados em Teresina”, contestou Noé Fortes.
Por
conta deste impasse, a Secretaria Municipal de Saúde de Teresina
decidiu suspender, a partir de hoje (1), o atendimento a todos os
pacientes maranhenses que buscarem o Hospital São Marcos para tratar o
câncer. “Para os pacientes que já iniciaram o tratamento, o mesmo
permanecerá normalmente, mas infelizmente não poderemos receber novos
casos”, informa Fortes.
Segundo ele, o
Ministério da Saúde já foi comunicado da decisão da suspensão do
atendimento. Atualmente, das 3.500 pessoas que recebem tratamento contra
o câncer em Teresina, 500 são do Maranhão. O Hospital de Urgência de
Teresina atende apenas 35% de Teresinenses.
Apesar
da polêmica, o secretário Noé Fortes informou que os hospitais de
Teresina irão receber pacientes do Maranhão que possuem urgência no
atendimento, mas os casos de câncer não serão mais atendidos.
A ideia da prefeitura de Teresina não é romper o pacto totalmente, mas diminuir a sua abrangência.
Foi
sugerido que o governo do Maranhão envie auditores a Teresina para
confirmar a situação, mas garante que a reformulação alcançará apenas
novos pacientes. “As pessoas do Maranhão que já estão inseridas no
tratamento não sofrerão nenhuma descontinuidade. Apenas as novas que não
poderemos mais atender”. (Com informações do portal G1 e O Dia)
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