Dida Sampaio/AE
O governado de Pernambuco Eduardo Campos (PSB)
A posse dos novos secretários do governo do presidenciável Eduardo
Campos (PSB-PE) nesta sexta-feira (3) virou um ato de campanha com
direito a prestação de contas, promessas e exaltação da administração
pessebista.
No auditório lotado e com direito a intérprete de libras (Linguagem
Brasileira de Sinais), o mais novo aliado do governador, o ex-presidente
do PSDB Sérgio Guerra sentou-se na primeira fila.
Os tucanos ganharam a Secretaria de Trabalho e a presidência do Detran.
Dos principais partidos que faziam oposição a Campos nas eleições de
2006, apenas o DEM ainda não aderiu ao governo. O PMDB do senador Jarbas
Vasconcelos aliou-se em 2012.
Ex-ministro do governo Lula, Campos rompeu com a gestão Dilma Rousseff e
deve ser o candidato do PSB na disputa pela Presidência neste ano.
No evento desta sexta, o primeiro discurso foi feito pelo deputado
estadual Isaltino Nascimento, que deixou o PT no ano passado para entrar
no PSB. Ele se demitiu do comando da Secretaria de Transportes para
disputar novamente uma vaga na Assembleia.
Após elencar iniciativas dos sete anos de governo Campos e afirmar que
"outros governos vieram beber na fonte", Nascimento disse que o
presidenciável "ousou e ousa" fazer uma administração que atende às
reivindicações feitas nos protestos do ano passado. "Certamente, essa experiência pernambucana, o povo brasileiro há de considerar", disse o ex-petista.
João Bosco de Almeida, ligado ao PSB, assumiu a recém-criada Secretaria
de Infraestrutura. Ele estava sem cargo desde que deixou a presidência
da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), depois que o PSB
resolveu entregar os cargos que tinha no governo Dilma Rousseff.
Modelo
Almeida elencou uma série de promessas a serem cumpridas até o final
deste ano. "Além de fazer, deveremos fazer melhor para mostrar ao Brasil
inteiro que aqui se instalou um novo modo de fazer política", afirmou.
"Esse será o caderno [de obras] a ser apresentado ao Brasil por Eduardo
Campos, mostrando que o que foi feito e como foi feito para que a
maioria do povo brasileiro venha se juntar aos mais de 80% dos
pernambucanos que aprovaram esse novo modo de governar e fazer política
em Pernambuco", disse o secretário.
"Se nós continuarmos fazendo bem feito o que está planejado e Eduardo
puder mostrar ao Brasil o que foi feito aqui para todos os brasileiros,
certamente o Brasil ganhará 2014. Vá em frente, Eduardo, e conte
conosco", afirmou sob aplausos da claque governista.
Em uma fala de pouco mais de 20 minutos, Campos disse saber separar
eleição de administração, mas também adotou discurso político para
justificar a aliança com o PSDB de Pernambuco e para afirmar que é
possível "fazer mais e melhor".
"O que está em jogo este ano não é uma eleição ou duas eleições. Está
em jogo o futuro do povo brasileiro. É saber se a gente vai preservar o
que nós construímos ou se vamos permitir que seja destruído o que foi
construído com tanto esforço", afirmou.
Em Pernambuco, os três principais oposicionistas a Campos são deputados
estaduais do PSDB. O novo aliado deixou os parlamentares livres para
continuar ou não a linha oposicionista. A bancada tucana na Assembleia
do Estado soma seis políticos. Ele
alfinetou os petistas. "Não podemos ficar achando que está tudo uma
beleza porque nós sabemos que não está tudo uma beleza", disse. Campos
afirmou ainda que é um político que respeita adversários. "O Brasil tem
clareza que é preciso superar a celebração à mediocridade", afirmou.
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