Vicente Nunes
Correio Braziliense
A
ordem é não assumir publicamente, até para não dar mais munição à
oposição. Mas, com a inflação em disparada, o governo está respirando
aliviado diante dos consecutivos Pibinhos registrados pelo país. Com a
economia caminhando a um ritmo mais fraco, o trabalho do Banco Central
para manter a inflação abaixo do teto da meta, de 6,5%, fica mais fácil.
O raciocínio de assessores da presidente Dilma Rousseff é simples: se a produção e as vendas estão em um nível morno, os empresários pensarão duas vezes antes de reajustar os preços de suas mercadorias. Não se pode esquecer que, desde fevereiro, os estoques da indústria aumentaram muito. E, se a economia continuar caminhando a passos lentos, a demanda esfriará mais e as perdas das empresas aumentarão.
Do ponto de vista político, o governo acredita que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo ruim, não será decisivo na hora de os eleitores depositaram os votos nas urnas em outubro próximo, quando Dilma tentará a reeleição. O ponto mais importante será manter a inflação dentro da margem de tolerância. E, claro, evitar que a renda e o mercado de trabalho desandem justamente agora que as intenções de votos na presidente estão diminuindo e o número de pessoas que desaprovam o governo já é maior do que o dos que aprovam.
SENTINDO O BAQUE
Ficou claro que o Planalto sentiu o baque diante do péssimo resultado do Caged de março, com a criação de apenas 13,1 mil vagas formais, o pior resultado para o mês em 15 anos. A ordem do gabinete presidencial foi tentar ressaltar os dados positivos do levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho. Na apresentação dos números à imprensa pelo ministro Manoel Dias, chamava a atenção, em vermelho gritante, o total de postos com carteira assinada abertos na administração Dilma: 4,8 milhões. O governo precisa manter o discurso de que o mercado de trabalho continua forte, independentemente de Pibinhos.
Na quarta-feira, ao falar no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou o quanto a autoridade monetária está satisfeita com a atividade mais fraca neste momento, em que a inflação, puxada pelos alimentos, ameaça estourar o teto da meta. Ele destacou que boa parte da alta dos juros, de 7,25% para 11% ao ano, ainda não foi sentida pela economia. Quando esse aperto se materializar por completo, o crescimento perderá ainda mais força. O importante, no entanto, frisou Tombini, é que a taxa de desemprego está no menor nível da história.
EM ANO ELEITORAL…
Na avaliação do economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank, Jakiel Santos, infelizmente, não há como o Planalto contar com a bandeira do crescimento na campanha eleitoral. E por culpa do próprio governo, que optou por experiências mal sucedidas na condução da política econômica. A tal “nova matriz” trincou os três pilares da estabilidade do país: metas de inflação, câmbio flutuante e superavit fiscal.
Ele prevê, na melhor das hipóteses, expansão de 2% para o PIB neste ano, estimativa que está com viés de baixa. Não é só. Jankiel acredita que, gradualmente, o desemprego tenderá a aumentar, uma vez que os números de março do Caged devem se repetir ao longo de 2014.
O raciocínio de assessores da presidente Dilma Rousseff é simples: se a produção e as vendas estão em um nível morno, os empresários pensarão duas vezes antes de reajustar os preços de suas mercadorias. Não se pode esquecer que, desde fevereiro, os estoques da indústria aumentaram muito. E, se a economia continuar caminhando a passos lentos, a demanda esfriará mais e as perdas das empresas aumentarão.
Do ponto de vista político, o governo acredita que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo ruim, não será decisivo na hora de os eleitores depositaram os votos nas urnas em outubro próximo, quando Dilma tentará a reeleição. O ponto mais importante será manter a inflação dentro da margem de tolerância. E, claro, evitar que a renda e o mercado de trabalho desandem justamente agora que as intenções de votos na presidente estão diminuindo e o número de pessoas que desaprovam o governo já é maior do que o dos que aprovam.
SENTINDO O BAQUE
Ficou claro que o Planalto sentiu o baque diante do péssimo resultado do Caged de março, com a criação de apenas 13,1 mil vagas formais, o pior resultado para o mês em 15 anos. A ordem do gabinete presidencial foi tentar ressaltar os dados positivos do levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho. Na apresentação dos números à imprensa pelo ministro Manoel Dias, chamava a atenção, em vermelho gritante, o total de postos com carteira assinada abertos na administração Dilma: 4,8 milhões. O governo precisa manter o discurso de que o mercado de trabalho continua forte, independentemente de Pibinhos.
Na quarta-feira, ao falar no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou o quanto a autoridade monetária está satisfeita com a atividade mais fraca neste momento, em que a inflação, puxada pelos alimentos, ameaça estourar o teto da meta. Ele destacou que boa parte da alta dos juros, de 7,25% para 11% ao ano, ainda não foi sentida pela economia. Quando esse aperto se materializar por completo, o crescimento perderá ainda mais força. O importante, no entanto, frisou Tombini, é que a taxa de desemprego está no menor nível da história.
EM ANO ELEITORAL…
Na avaliação do economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank, Jakiel Santos, infelizmente, não há como o Planalto contar com a bandeira do crescimento na campanha eleitoral. E por culpa do próprio governo, que optou por experiências mal sucedidas na condução da política econômica. A tal “nova matriz” trincou os três pilares da estabilidade do país: metas de inflação, câmbio flutuante e superavit fiscal.
Ele prevê, na melhor das hipóteses, expansão de 2% para o PIB neste ano, estimativa que está com viés de baixa. Não é só. Jankiel acredita que, gradualmente, o desemprego tenderá a aumentar, uma vez que os números de março do Caged devem se repetir ao longo de 2014.
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