A
presidente Dilma completou as declarações dadas a cronistas esportivos,
na noite de segunda-feira, com longa entrevista concedida à estações de
rádio do interior da Bahia, divulgada ontem. Deve estar preocupada com o
crescimento do slogan “volta Lula”, porque pela primeira vez de público
referiu-se à sua candidatura, ainda que ressalvando “quando eu for
candidata”. Ora, tanto já é, faz tempo, que resolveu passar da defesa ao
ataque, só para lembrar um jargão dos repórteres especializados em
futebol.
O grave
nos pronunciamentos da chefe do governo foi desdenhar o abandono que
vem recebendo dos pequenos partidos da base oficial. Disse não se
interessar pelas defecções, estando pronta para prosseguir sem eles.
Faltou
anunciar uma óbvia consequência, que será a devolução forçada dos
ministérios postos à disposição dessas legendas fujonas. A começar pelo
PR, condômino do ministério dos Transportes. Se não a querem como
candidata, devolvam as benesses.
Imagina-se
que o próximo lance dessa partida desenvolvida à frente de todos venha a
incluir o Lula. Porque o ex-presidente acomodou-se em cima do muro.
Repete a disposição de apoiar a reeleição de Dilma, mas sempre
acrescenta jamais poder dizer “não” a qualquer hipótese futura. Dilma
ainda agora voltou a entoar loas à lealdade dela com o antecessor e dele
para com a sucessora. Tudo segundo os conformes, mas para que ficar
repetindo tantas vezes a mesma ladainha?
O que
precisa ser examinado é o comportamento do PT, única força capaz de
afastar Dilma e promover o Lula. Muitos companheiros já não escondem a
tendência pela troca, sugerindo até que ela se dê a 20 de junho, data da
convenção nacional destinada a sagrar a candidatura. É perigosa a
história de que a substituição poderia ocorrer depois, com base num
suposto recrudescimento da doença que uma vez acometeu a presidente.
Tempo, no caso, é fator de consolidação. Há, no entanto, quem imagine
deixar tudo para depois da copa do mundo, até em função da performance
do selecionado brasileiro. A conquista do campeonato beneficiaria Dilma.
Já a desclassificação…
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