Flávio Dino
Especial para o UOL
Especial para o UOL
Existem vários sinais de que o Maranhão
se avizinha do início de um novo ciclo político. O nosso Estado está
olhando para frente, com olhar de esperança e acreditando que é chegada a
hora da virada de página na história. Muitos acontecimentos somam para
que se perceba que esse momento está próximo. O anúncio da saída do
senador José Sarney (PMDB-AP) da vida pública é um deles, talvez o mais
significativo dentre todos.
Como deputado, governador, senador e
presidente da República, José Sarney vem disputando eleições ao longo de
seis décadas, tendo apoiado todos os governos desde Juscelino
Kubitschek, nos anos 50 do século passado.
No Maranhão, infelizmente, esse período
de domínio resultou em índices sociais trágicos, nos quais o nosso
Estado disputa as últimas colocações em desenvolvimento humano, de
acordo com sucessivas pesquisas de PNUD, Ipea, IBGE entre outros. Esses
dados não são apenas números frios, mas o resumo de vidas maranhenses
que se perdem ou são marcadas por imensos sacrifícios.
No Estado, ainda se vive sob um regime
político que tem raízes na ditadura militar, quando a concentração de
poder e renda aumentou as desigualdades em todo o país. A partir da
redemocratização, cada Estado respirou, a seu tempo e modo, os ares da
liberdade política e do desenvolvimento social. Lucrando com a
manutenção do poder para poucos, o grupo do senador José Sarney optou
pela continuidade de um modelo de exclusão.
A perda de apoio popular e o crescimento
do sentimento de virada de página no Maranhão e no Amapá contribuíram
decisivamente para que tanto José Sarney quanto Roseana Sarney deixassem
a disputa por mandatos.
Basta consultar os números da última
pesquisa Amostragem, que sondou o cenário político do Maranhão. Nesta,
79,31% dos entrevistados responderam que o melhor para o futuro do
Estado seria a renovação e a mudança, enquanto 13,54% disseram que a
melhor opção seria a continuidade do grupo Sarney (registrada na Justiça
Eleitoral sob protocolo MA-00012/2014).
Para além de representarem um quadro
eleitoral, as pesquisas apresentam, na verdade, um quadro social que vem
sendo gestado ao longo dos últimos anos. Homens e mulheres,
trabalhadores e empresários, idosos e jovens demonstram cotidianamente
querer a renovação das práticas políticas no Estado.
Com foco na expressão das ruas e das
pesquisas é que estamos reunindo forças de todo o Maranhão e do país em
nome da alternância de poder.
Superar esse modelo que se mostra
desgastado e rejeitado pela população significa possibilitar que o
Maranhão tenha um novo projeto de desenvolvimento, que priorize melhorar
a vida dos 7 milhões de maranhenses, e não apenas de um pequeno número
de famílias protegidas pelo poder oligárquico.
O primeiro passo é colocar fim ao
patrimonialismo instalado nos diversos níveis da administração pública,
fazendo florescer a liberdade, a transparência e a pluralidade política.
São mudanças na política que apresentam
reflexos diretos no desenvolvimento do Estado. Afinal, combater o
patrimonialismo implica também estabelecer práticas favoráveis a um
ambiente institucional em que mais empresas possam atuar em regime de
liberdade concorrencial.
Isto é, consideramos essencial terminar
com o regime de compadrio e de corrupção que hoje marca a relação entre
as esferas pública e privada no Estado.
Foi com base nessas ideias que tecemos
uma ampla aliança na qual partidos que no plano nacional apoiam
candidaturas presidenciais diferentes, mas no plano estadual estão
unidos. Lutamos para que o fim do longo ciclo de mandatos exercidos pelo
senador Sarney seja o início de uma etapa histórica em que o Maranhão
produza riquezas e gere oportunidade a todos.
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