O discurso, principalmente, precisa ser ajustado aos contratempos para evitar que a realidade de números ruins, por exemplo, faça com que a militância esmoreça.
Afinal, com apoiadores desmotivados, o efeito negativo dos índices pode gerar uma onda maior devastadora de desestímulo.
Escrevi sobre isso na coluna Diario Politico deste domingo (03.08). E ontem mesmo Eduardo Campos, líder maior do PSB, deu declarações “de ânimo” que se encaixam perfeitamente no que aponta o texto.
As falas valem tanto para a sua candidatura ao Planalto quanto para a postulação do afilhado Paulo Câmara ao governo do estado, projetos que não têm conseguido aderência junto ao eleitorado.
Em Caruaru, onde comandou carreata, Eduardo se disse “muito animado, muito animado”.
E foi adiante ao avaliar o evento: “Eu conheço campanha. Foi extraordinário, uma grande largada, daqui para frente é só isso. O que a gente viu é a expressão do que a gente vai ver quando a campanha começar”.
“A campanha nem começou ainda. A campanha começa quando o horário eleitoral chamar a atenção das pessoas. Estou completamente seguro. O povo está animado, vamos construir uma belíssima vitória”, afirmou.
O ex-governador disse ainda que não é homem de pesquisas, mas de urnas, indicando confiança de que os percentuais negativos de agora serão revertidos nas urnas.
Eduardo, como líder que é, vai cumprindo o seu papel de injetar gás nas campanhas.
Agora, o comentário da coluna:
Haja automotivação
Se depender do otimismo expresso em palavras pelos candidatos e seus aliados, ninguém perde a eleição.
Obviamente, concorrentes e apoiadores precisam se manter estimulados e, principalmente, aptos a injetar ânimo na militância.
Afinal, se o ambiente positivo não for cultivado fica impossível de enfrentar reveses, como, por exemplo, estancar em pesquisas de intenção de voto.
E é exatamente isso que estão tratando de fazer os socialistas em relação às candidaturas de Eduardo Campos ao Planalto e de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco.
Não titubeiam em afirmar que o jogo vai virar assim que o guia eleitoral for iniciado. Acreditam que adversidades superadas em outras eleições lhes dão know-how para vislumbrar dias melhores.
Já houve quem dissesse, inclusive, que Câmara vai vencer com 1 milhão de votos de diferença.
Os partidários de Aécio Neves em Pernambuco também creem que o pífio desempenho do senador em pesquisas no estado será revertido (6%, segundo o Ibope).
Dizem que no segundo turno o eleitor de Eduardo vai aderir ao palanque tucano. E que, com as condições de igualdade estabelecidas na etapa final da campanha, Aécio vai surpreender no estado.
Na última sexta-feira (01.08), o empate técnico apontado pelo Ibope entre a presidente Dilma (41%) e Eduardo (37%) em Pernambuco virou pó nas previsões de petistas.
Eles têm certeza de que, com o caminhar da campanha, ela ampliará e consolidará a diferença do socialista.
Tudo na apenas na base da esperança e confiança. Nada de estudos ou prospecções científicas.
Mas, ainda assim, não há como deixar de reconhecer que se trata de um exercício de automotivação exemplar para quem não pode jogar a toalha jamais.
Os políticos, pode-se concluir, são mesmo seres com uma infinita capacidade de criar verdades.(Diário de Pernambuco )
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