O senador piauiense e presidente do Partido Progressista (PP), Ciro
Nogueira, está sendo cotado para assumir o Ministério das Cidades, pasta
já ocupada pela sigla, no governo que se inicia no próximo ano. A
informação foi publicada no jornal O Globo.
Segundo o jornal, o senador Ciro Nogueira, é candidatíssimo ao mesmo
posto. O ex-ministro das Cidades e deputado Agnaldo Ribeiro também pensa
em voltar.
— Ciro só não será ministro se respingar algum problema nele — disse um progressista.
Veja abaixo a matéria na integra:
Nem 39 ministérios podem ser suficientes para acalmar aliados
Com o xadrez da reforma ministerial que será feita pela presidente Dilma
Rousseff ainda não montado, pelo menos uma coisa é praticamente certa:
dificilmente ela conseguirá satisfazer o PT e os partidos aliados, mesmo
contando com 39 ministérios. Há mais demandas do que cargos
disponíveis. A petista sofre ainda pressão do empresariado e do mercado
financeiro, que jogaram contra sua reeleição, e gostariam de ter nomes
nos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento que significassem
mudanças das políticas econômica e industrial.
O PT, incluindo as bancadas da Câmara e do Senado, quer ser ouvido na
composição da nova equipe. Petistas que acompanharam de perto a
presidente durante a campanha dizem que, apesar de durona, ela “tremeu
nas bases” diante do risco de derrota e agora o PT, que acha que tem
crédito na vitória, vai reivindicar seus interesses no governo. Além do
cabo de guerra entre os nove partidos que compõem a coalizão e das
disputas internas nas siglas, há ainda as rixas locais. Depois de ser
derrotado pelo PT para o governo do Ceará, o líder do PMDB no Senado,
Eunício Oliveira, por exemplo, não está nada feliz com a perspectiva de
ver seu adversário local, o governador Cid Gomes (PROS) se tornar
ministro da Educação.
— Vai ser a queda e o coice — diz um peemedebista sobre a situação de Eunício.
DESAFIO DE EVITAR 'MINISTÉRIO DE DERROTADOS'
Também a rondar Dilma está uma fila de políticos que perderam as
eleições, ávidos para serem incorporados ao governo, mas a presidente
não deve montar um ministério de derrotados, na avaliação dos próprios
aliados. O PT deve fazer reuniões na próxima semana para discutir os
nomes que apresentará à presidente, contemplando as diferentes
tendências do partido. A Democracia Socialista (DS), por exemplo, ocupa o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desde 2003, mas agora seu
representante no governo, Miguel Rossetto, uns dos mais próximos de
Dilma, está cotado para ser deslocado para a Secretaria Geral da
Presidência, que faz a articulação com os movimentos sociais.
Os integrantes da DS vão discutir se aceitam trocar o Desenvolvimento
Agrário por um ministério menor, sem Orçamento para executar, ou se vão
considerar a eventual ida de Rossetto para a Secretaria Geral como da
cota pessoal de Dilma. A equação no PMDB também passa pelo equilíbrio
interno, no caso, o atendimento das bancadas da Câmara e do Senado, com
seus respectivos caciques, além dos interesses do próprio
vice-presidente Michel Temer. Esse último tem em sua cota o ministro
Moreira Franco (Aviação Civil) e gostaria de emplacar também o deputado
Eliseu Padilha (PMDB-RS).
O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, aparece como um dos nomes
com mais chances para ser indicado para o Ministério da Micro e Pequena
Empresa .
Com exceção deste ano, Padilha sempre apoiou o PSDB nas eleições
presidenciais, inclusive José Serra contra Dilma em 2010. Mas neste ano
ele integrou a coordenação da campanha à reeleição e teria se redimido,
na opinião de peemedebistas. Objeto de desejo de pelo menos três
legendas, PMDB, PSD e PP, é o Ministério das Cidades. Ele é atraente por
ter um bom orçamento e reunir os principais programas do governo
voltado aos municípios, como saneamento, habitação e mobilidade urbana.
No PSD, a expectativa é que para esta pasta seja indicado o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
— É o lugar onde ele melhor pode trabalhar — disse um pessedista, que
afirmouque o partido espera manter com Afif Domingos no Ministério da
Micro e Pequena Empresa.
No PP, o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira, é
candidatíssimo ao mesmo posto. O ex-ministro das Cidades e deputado
Agnaldo Ribeiro também pensa em voltar.
— Ciro só não será ministro se respingar algum problema nele — disse um progressista.
No PDT, a ideia desta vez é sair do Ministério do Trabalho. O partido
avalia que a pasta foi sendo esvaziada ao longo dos anos, perdendo
atribuições para outros órgãos do governo. Com isso, deixou de ser
atraente. Os deputados pedetistas, no entanto, querem outro posto no
governo.
O PR quer indicar novo nome para o ministério dos Transportes. Caso a
presidente Dilma concorde com a substituição na pasta — o atual ministro
Paulo Sérgio Passos é considerado da cota da petista —, há pelo menos
quatro nomes falados. Um deles é o do ex-governador do Rio Anthony
Garotinho, derrotado na disputa para o Palácio Guanabara. Ele agrada
tanto ao partido quanto à presidente Dilma, por quem Garotinho trabalhou
no estado durante a campanha. Os deputados Milton Monti (SP), Antonio
Carlos Rodrigues (SP) e Luciano Castro (RR), mais ligados ao assunto da
pasta, também são bem cotados para assumir o ministério.
Com relação ao Ministério da Cultura, dois nomes apareceram nos últimos
dias. O ex-presidente José Sarney (PMDB) vem dizendo em eventos públicos
que recebeu convite para assumir a pasta e que já aceitou o cargo. Não
há confirmação por parte do governo nem de seu partido. O secretário
estadual de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, é um dos nomes mais
cotados. Além de ter sido ministro de Lula e de ir com frequência ao
instituto do ex-presidente, ele serviu de ponte entre a campanha pela
reeleição de Dilma e os movimentos culturais de maior destaque em Rio e
São Paulo. (Colaboraram: Cristina Tartáguila e Letícia Fernandes).
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário