sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Com a segunda maior bancada, PMDB se arma para derrubar PT na Câmara


  O partido do vice-presidente ameaça romper acordo e atrapalhar a governabilidade de Dilma no início do novo mandato. Eduardo Cunha lidera bloco divergente para presidir a Casa

Correio Braziliense



O PMDB se prepara para tirar o PT do comando da Câmara dos Deputados, mesmo sem ter a maior bancada da Casa. A eleição será apenas em fevereiro do ano que vem, mas já assombra os negociadores palacianos. Comandado por um parlamentar, Eduardo Cunha (RJ), que liderou uma rebelião de 300 deputados este ano e adora alardear que chegou o momento de pôr um fim na hegemonia petista em Brasília, o embate tem tudo para atrapalhar a governabilidade no início do segundo mandato de Dilma Rousseff.

Além do orçamento bilionário, Câmara e Senado já gastaram juntos, em 2014 cerca de R$ 6,2 bilhões, os presidentes das Casas também definem quais projetos irão a votação, quais Comissões Parlamentar de Inquérito podem ser instaladas e conduzem as sessões, entre outros poderes. Tudo isso em um Congresso assustado pelas delações premiadas da Petrobras.

Na Câmara, o PMDB saiu na frente. Ao reconduzir o deputado Eduardo Cunha (RJ) para a liderança da bancada na quarta-feira, os peemedebistas lhe deram carta branca para montar um bloco em torno de sua candidatura, e as conversas estão avançando entre partidos da base como PR, PP e PTB. Os petistas, apesar da vitória presidencial obtida no último domingo, vêem uma possibilidade real de rompimento do acordo firmado com os peemedebistas em 2006, e que garantiu uma calma aparente no Congresso nos últimos oito anos.

Nesse cenário, o PSDB, que se manteve como a 3ª maior legenda e ampliou a bancada em 11 parlamentares na última eleição, pode acabar sendo o fiel da balança. Os tucanos não decidiram ainda se terão candidato próprio ou se participarão do bloco que está se articulando na oposição, reunindo legendas como o PPS, o Solidariedade e o PSB. Parlamentares de oposição ouvidos pela reportagem disseram que o bloco deve lançar um candidato próprio à presidência da Câmara, especula-se no atual líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), mesmo que numa “candidatura de protesto”, como definiu um deles. No ninho tucano, o apoio a Cunha também não está completamente descartado, já que ele é visto com simpatia por líderes oposicionistas.(DP)

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