O estado que lidera os rankings de pobreza no país, ainda sofre com escolas precárias e o alto índice de miseráveis.
Renato Alves/O Imparcial
Sem merenda escolar crianças têm queda no rendimento escolar. Crédito: Reprodução TV/Mirante |
O
Maranhão foi destaque mais uma vez em rede nacional sobre a má
qualidade do ensino e precariedades das escolas públicas, principalmente
no interior do estado. Segundo reportagem exibida no telejornal Bom
Dia Brasil da Rede Globo, desta sexta-feira (31), alunos do município de
Bom Jardim, a 277km de São Luís, estão sendo liberados mais cedo devido
a falta de merenda escolar, deixando os alunos com fome e afetando o
rendimento escolar. A reportagem mostrou ainda escolas sucateadas e sem
condições de receber os estudantes. Outra denuncia grave apresentada
pela reportagem foi a falta de banheiro nas escolas, obrigando os
estudantes e professores a usarem terrenos próximo as instituições, que
muitas vezes ainda são feitas de barro e sem energia elétrica.
“É
necessário sair mais cedo por conta da falta de alimentação na escola e
o trabalho fica prejudicado”, afirmou um professor à reportagem. Já a
mãe de um aluno, reclamou da falta de merenda escolar “Se eu não tiver
dinheiro para dar para ele comprar um lanche, eu não trago ele para a
escola, porque do jeito que as coisas estão não tem jeito”.
Diante das péssimas condições das escolas alunos saem mais cedo. Crédito foto: Reprodução TV/Mirante. |
A Promotoria de Justiça de Bom Jardim, após receber diversas denúncias, já havia ingressado, no início desse ano com uma Ação Pública com pedido de Liminar cobrando a regularização do fornecimento de merenda escolar. De acordo com as denuncias recebidas pelo Conselho Tutelar da cidade, várias escolas já estariam sem merenda escolar, o que levou na época à diminuição em uma hora diária na carga horária dos estudantes. A assessoria do município afirmou não possuir atualmente recurso para regularizar a situação da falta de merenda escolas nas escolas da cidade.
Condições precárias em escolas e creches, além da miséria nas cidades no interior do estado têm sido mostradas constantemente na imprensa nacional. E parece que pouca coisa mudou durante os anos. Segundo o estudo Escolas Esquecidas, pesquisa realizada pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o país possui 508 escolas rurais que não possuem condições de infraestrutura e baixa aprovação de alunos. Só no maranhão, segundo a pesquisa, 22 escolas possuem péssimas condições como falta de salas, cadeiras, e falta de merenda escolar o que eleva o número de estudantes que decidem abandonar os estudos.
O
Fantástico chegou a noticiar no inicio desse ano algumas dessas escolas
no município de Codó, a 297km de São Luís. A reportagem da revista
eletrônica apurou as péssimas condições das escolas no município que são
construídas em chão de areia e paredes de barros e não possuem
banheiros, mesas, cadeiras e quadros, além de cozinha e consequentemente
falta merenda escolar na maioria das escolas.
Outro município que foi destaque na imprensa nacional foi Belágua, a 283km da capital, após ser considerada cidade com maior quantidade de votos proporcionais para a então candidata a presidência Dilma Roussef, nas eleições desse ano (quase 94% dos votos dos 3.558 votos no segundo turno). O município que segundo pesquisa realizada pelo IBGE em dezembro do ano passado, saltou mais de mil posições no ranking de cidades por PIB per capita, ainda convive com a pobreza e a miséria da grande maioria dos moradores da região, que tiram seu sustento principalmente de programas de assistência social do governo federal e venda da farinha de mandioca.
Pelos dados do governo federal, Belágua está entre os 10 municípios com a maior quantidade de pessoas que recebem o Bolsa Família, com 96% dos moradores cadastrado no programa do governo federal, ocupando o oitavo posto em nível nacional. São 1.814 famílias beneficiadas do total de 6.524. Segundo ainda pesquisa elaborada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), 93% da população do município vive abaixo da linha da miséria (em regra, a marca é de 70 reais).
Outro município que foi destaque na imprensa nacional foi Belágua, a 283km da capital, após ser considerada cidade com maior quantidade de votos proporcionais para a então candidata a presidência Dilma Roussef, nas eleições desse ano (quase 94% dos votos dos 3.558 votos no segundo turno). O município que segundo pesquisa realizada pelo IBGE em dezembro do ano passado, saltou mais de mil posições no ranking de cidades por PIB per capita, ainda convive com a pobreza e a miséria da grande maioria dos moradores da região, que tiram seu sustento principalmente de programas de assistência social do governo federal e venda da farinha de mandioca.
Pelos dados do governo federal, Belágua está entre os 10 municípios com a maior quantidade de pessoas que recebem o Bolsa Família, com 96% dos moradores cadastrado no programa do governo federal, ocupando o oitavo posto em nível nacional. São 1.814 famílias beneficiadas do total de 6.524. Segundo ainda pesquisa elaborada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), 93% da população do município vive abaixo da linha da miséria (em regra, a marca é de 70 reais).
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