terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eduardo Jorge, do PV, critica escolhas de Levy e Kátia Abreu


Deu no Estado de Minas
O resultado das eleições foi uma decepção para Eduardo Jorge (PV), que terminou a disputa em sexto lugar, com apenas 630 mil votos (0,61%). A expectativa dele e do partido era maior, principalmente levando em conta o frenesi gerado pelo ex-deputado e médico sanitarista com suas respostas fora do lugar-comum no Twitter – que ele mesmo administra – e também pela sinceridade prosaica adotada nos debates televisivos.
“Quando chegou no finzinho, na hora H, na rodada final, o voto útil tirou 1,5 milhão da minha candidatura”, lamentou o candidato derrotado à Presidência, que esteve em Belo Horizonte na semana passada para receber uma medalha da Câmara Municipal.
Eduardo Jorge explicou que o PV ainda não definiu o posicionamento em relação aos “próximos quatro anos do presidencialismo imperial do Brasil”. Garantiu que fará uma oposição construtiva, mas de uma só tacada criticou os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Agricultura, Kátia Abreu.
O senhor foi muito criticado por parte de seus eleitores por ter apoiado o candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) no segundo turno…
Apoiamos o Aécio no segundo turno porque o diretório decidiu por 33 votos a seis. O Aécio e a Dilma, nós dizíamos, são muito parecidos, com política econômica e social, mas porque brigam tanto? Para se diferenciarem. Isso é marketing e para ganhar tem que ter voto. Eu falei uma vez para o Aécio em um debate: ‘para diferenciar você da Dilma e da Marina eu tenho que usar uma lente’. Quando declarei o apoio, eu disse para ele (Aécio), em frente a 3 mil tucanos, que sabia que ele e a Dilma eram muito parecidos do ponto de vista político-econômico e social. E agora está provado, pois a Dilma acabou de escolher um Armínio Fraga sem a inteligência do Armínio Fraga: o Joaquim Levy.
Se são tão iguais, porque escolheu um deles?
A diferença entre a Dilma e o Aécio é que o PSDB tem mais abertura para a questão ambiental que o PT. O PT é muito ligado a petróleo e a automóvel. Parece algo genético e eles não se libertam disso. O segundo ponto é que eu acho a relação do PSDB com o estado, com a democracia, é uma postura mais aberta que o PT. O PT tem uma postura muito fechada. Acima de tudo é o interesse do partido. Primeiro o partido, depois o povo e depois o país.
Como avalia a nomeação da ministra Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura?
A Kátia Abreu, do ponto de vista do PV, nós temos dificuldade de lidar, pois ela é uma entusiasta dos bois e é entusiasta da soja, que são duas coisas que causam um grande desmatamento no Brasil e que são do ponto de vista econômico falsamente eficientes. O Brasil tem hoje 240 milhões de bois. Tem mais bois do que homens e mulheres no Brasil. Eles (os bois) são altamente ineficientes do ponto de vista energético e da alimentação, além de serem devastadores da mata atlântica e do cerrado e da Amazônia. Isso significa aquecimento global e prejuízo para toda a humanidade. Se ela for ministra e quiser conversar conosco, conversaremos. Mas do ponto de vista agrícola a paixão do PV é a agricultura familiar e orgânica. Isso não negamos. Está no nosso programa.
Pretende ser candidato à Prefeitura de São Paulo ou a outro cargo?
Eu já fui voluntário nessa campanha e nem pensava em ser candidato mais, pois fui deputado por 20 anos e tenho família e trabalho e sinto que dei minha contribuição à política brasileira. Por enquanto, para mim, está bom. Vou ficar assim. Trabalhando no meu cargo de médico concursado da Secretaria Estadual de Saúde. Gosto disso e preciso também.
 
 

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