O Senador Edison Lobão entregou carta de
demissão do cargo de Ministro de Minas e Energia no último dia 29. Nos
bastidores, o agora ex-ministro resolveu, ainda que sutilmente, atirar
farpas e ameaças contra o governo Dilma no caso do escândalo de
corrupção envolvendo empreiteiras e estatais.
Com a ameaça de uma investigação de
supostos casos de corrupção também na Eletrobras, comandada pelo grupo
Sarney desde os anos 80, Lobão mandou dizer para o governo que não
responderá sozinho caso algo venha a acontecer: ” Não houve nenhuma
ação em favor da Eletrobras que não tenha sido dividida, debatida
dentro do meu gabinete com o governo — declarou ele em citação publicada
no Jornal O Globo.
Lobão também rejeitou a acusação dos
petistas de que teria abandonado Graça Foster, presidente da Petrobras
no pior momento da estatal:” É bom perguntar para a Graça se algum dia
eu deixei de apoiá-la em tudo” – disse.
Já chamado de eletrolão, a Operação Lava
a Jato, da Polícia Federal, já encontrou indícios fortes esquemas de
corrupção nas estatais do setor elétrico do país. A PF encontrou
uma citação da usina hidrelétrica de Jirau em documentos do doleiro
Alberto Youssef. Uma planilha pertencente ao doleiro com o
título “Demonstrativo de Resultado – Obra Jirau”, mostra a contabilidade
da Camargo Corrêa na obra da hidrelétrica no Rio Madeira, em
Rondônia, com financiamento de R$ 7,2 bilhões do BNDES.
A Polícia Federal acredita que se trata
do fio condutor para encontrar os líderes da operação de corrupção no
setor elétrico, então comandado por Lobão. Sendo assim, ele já mandou
dizer, nas entrelinhas, que se cair, não será sozinho.(Ligia Teixeira )
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