quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Dilma sonha que se livrou da submissão a Lula, ao PT e ao PMDB



Carlos Newton
Os repórteres políticos de Brasília alardeiam que, com a formação do novo Ministério, a presidente Dilma Rousseff tenta fortalecer e criar novas linhas de articulação política, para reduzir o poder de influência não somente do ex-presidente Lula, como também dos dois principais partidos da base aliada: o PT e o PMDB.
Embora as negociações do PMDB tenham sido feitas pelo próprio vice-presidente Michel Temer, o resultado foi altamente negativo, porque o partido não ganhou um só ministério de importância política. As lideranças ficaram desapontadas, mas não querem passar recibo, como se dizia antigamente. Mas o vice-líder do PMDB na Câmara, deputado baiano Lúcio Vieira Lima, fez questão de denunciar que o único ministério de ponta entregue ao partido, o de Minas e Energia, foi um presente de grego, porque dará uma visibilidade negativa ao PMDB.
“A tarefa de maior importância de nosso principal ministério será o anúncio do reajuste de tarifas”, ironizou o vice-líder, acrescentando que os melhores ministérios foram entregues por Dilma a partidos de menor expressão: PSD (Cidades), PROS (Educação), PR (Transportes) e PP (Integração Nacional).
PT SEM EXPRESSÃO
O PT também se sentiu prejudicado, porque Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Comunicações), Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Juca Ferreira (Cultura) não foram sugeridos pelo partido e são da cota da própria presidente Dilma.
O presidente do PT, Rui Falcão, alardeia que o partido agora faz questão de ganhar o maior número possível de cargos federais do segundo escalão, mas é conversa fiada. Não há a menor perspectiva, porque não houve mudança de governo, a gestão é a mesma, os cargos dos ministérios do PT já estão preenchidos e as vagas nos ministérios da base aliada serão das outras legendas.
O próprio Rui Falcão (assim como Paulo Bernardo, Guido Mantega, Miriam Belchior e Gilberto Carvalho), está ameaçado de ficar no sereno, porque não foi candidato, seu mandato de deputado estadual termina agora e Lula já avisou que vai mudar o comando do PT.
DILMA É PATÉTICA
O Planalto alega que a prioridade neste início de mandato é dar liberdade de trabalho ao novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para adotar uma política econômica de ajuste fiscal severo, que pode significar a própria sobrevivência do projeto de governo. Mas ninguém pode prever se a dupla sertaneja Dilma/Mercadante realmente respeitará o projeto traçado por Levy com ajuda de Nelson Barbosa, novo ministro do Planejamento.
Resumindo: a confusão é absoluta, porque Dilma adota uma postura intransigente, ridícula e patética. Não tem liderança, não tem carisma, não tem competência, mas julga que pode governar sozinha, com apoio apenas de Mercadante, que também não tem liderança, não tem carisma, não tem competência e quer ser candidato a presidente em 2018.
A dupla Dilma/Mercadante sonha em manipular Joaquim Levy e Nelson Barbosa. É  uma política arriscada. Se o Planalto pressionar Levy e Barbosa, os dois pegam o boné e deixam o governo na mão, totalmente desestabilizado. Eles só estão no governo para engordar currículo. Por dentro, querem mais que o PT se exploda.
Quanto ao PMDB, o partido está esperando a hora de chegar ao poder, em função do inevitável agravamento dos escândalos da Petrobras e do resto do governo. Se for pedido o impeachment de Dilma, o PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha aprovará no ato. O resto é folclore político, como diz nosso amigo Sebastião Nery.
 
 

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