Considerado
o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, o capixaba Rubem
Braga (1913–1990), sempre afirmou que “a poesia é necessária”, título de
uma seção que mantinha na Manchete na Revista Nacional e que nos
inspirou a manter este espaço na Tribuna da Internet. O genial Rubem
Braga, com quem trabalhei junto com Carlos Newton, escreveu vários
poemas, entre eles, este belo “Soneto”, que descreve o caminhar de um
casal após um encontro amoroso, cuja despedida uma doce mágoa originou.
SONETO
Rubem Braga
E quando nós saímos era a Lua,
Era o vento caído e o mar sereno
Azul e cinza-azul anoitecendo
A tarde ruiva das amendoeiras.
E respiramos, livres das ardências
Do sol, que nos levara à sombra cauta
Tangidos pelo canto das cigarras
Dentro e fora de nós exasperadas.
Andamos em silêncio pela praia.
Nos corpos leves e lavados ia
O sentimento do prazer cumprido.
Se mágoa me ficou na despedida
Não fez mal que ficasse, nem doesse –
Era bem doce, perto das antigas
SONETO
Rubem Braga
E quando nós saímos era a Lua,
Era o vento caído e o mar sereno
Azul e cinza-azul anoitecendo
A tarde ruiva das amendoeiras.
E respiramos, livres das ardências
Do sol, que nos levara à sombra cauta
Tangidos pelo canto das cigarras
Dentro e fora de nós exasperadas.
Andamos em silêncio pela praia.
Nos corpos leves e lavados ia
O sentimento do prazer cumprido.
Se mágoa me ficou na despedida
Não fez mal que ficasse, nem doesse –
Era bem doce, perto das antigas
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
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