“Política não é blefe, é palavra e ação” (Roberto Rocha)
Esta semana dei uma entrevista a blogs
da capital que produziu alguma luz e, certamente, muito calor. Em parte
por conta de problemas de transcrição, na passagem do oral para o
escrito, e em boa parte pela intenção dos comentaristas em interpretar
no espírito do poker o que era apenas estratégia de xadrez.
Senão vejamos: afirmei um truísmo, no meu
raciocínio, de que o PTC e o PCdoB são pequenos partidos que não
chegariam ao poder se não tivessem feito coligações com partidos médios
que lhe dessem maior musculatura eleitoral. Algo evidente por si, que
serviria, no plano nacional, para o meu próprio partido, mas que
provocou reações de toda ordem, como se meu intuito fosse desmerecer a
história das duas agremiações, ou quem sabe, sobrevalorizar o papel dos
aliados. Daí não demorou muito para sugerirem, ou até afirmarem, que eu
estaria “cuspindo no prato que comi”, ou anunciando rompimentos com o
prefeito e o governador.
Ao invés de buscarem o contraponto na
arena pública do diálogo, ouvindo as partes contrariadas, o que se viu
foram comentários visando desqualificar a mim, não a minha posição. E
assim foi em relação a outros pontos da entrevista. Considero que faz
parte de nossa pedagogia democrática evoluir para que o debate se dê
entre ideias, não entre pessoas, e que não seja organizado em forma de
guerra santa, como acontece hoje tanto no plano federal como no plano
estadual.
No Brasil vive-se a dicotomia cediça e
cansativa entre petistas e tucanos, como se esse fosse o único horizonte
de possibilidades do país. Nas redes sociais, onde tudo é mais hostil, a
disputa é entre “petralhas” e “coxinhas”, e quem paga o pato por esse
empobrecimento argumentativo é o povo brasileiro.
Aqui na província o matiz é diferente.
Criou-se um ambiente em que deve-se lealdade até aos erros dos aliados.
Como se todos nós estivéssemos amarrados a uma corrente invisível e
fossemos cúmplices de um destino comum. Qualquer crítica que se faça
publicamente a um aliado é heresia. Mesmo quando essa crítica é feita
para mudar a vela do barco para prosseguir a navegação juntos.
Poderia enumerar várias outras
iniciativas, mas o importante aqui é o registro de que por baixo de
tanta espuma que se cria, do “furor e fúria” das palavras, repousa um
trabalho incessante para buscar e aproveitar as oportunidades que o
nosso Maranhão possa ter para crescer.
Da minha parte, vou continuar a dizer o
que penso, com desassombro e lealdade à minha consciência. O que digo em
público é o que afirmo entre quatro paredes. Não devemos temer o
contraditório, o embate, a arena das ideias. Nosso compromisso deve ser,
unicamente, com a verdade e com as aspirações do nosso povo, que nos
confiou seus sonhos de mudança.
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