O secretário de segurança do estado, Fábio Abreu, declarou em entrevista ao Jornal do Piauí desta terça-feira (29) que mantém a criação do cargo de coordenador de segurança. Após divulgação das notas de repúdio pela Federação Nacional dos Delegados da Polícia Civil e pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Piauí (Sindepol), o secretário disse que as categorias cometeram erros de interpretação quanto ao projeto.
"Houve um erro de interpretação. Acho que a pessoa não leu, não teve acesso ao que se está pretendendo. Não estamos em hipótese nenhuma querendo fazer a substituição da função de delegado. Todos sabem, principalmente eu, que é inconstitucional a substituição da função do delegado. Nós não temos medo desse tipo de nota, oferecer atendimento não é imoral, nem ilegal e nem esdrúxulo", declarou o secretário em resposta.
Nas notas, a Federação e o Sindepol afirmam que a função caracteriza usurpação da função de delegado, já que serão implantados nos municípios onde não há esses servidores. Além disso, afirmam que a ação é inconstitucional e que os coordenadores não teriam preparação para registrar boletins de ocorrência.
O secretário disse, contudo, que os serviços que os coordenadores estarão aptos a prestar dizem respeito a pequenos crimes, que seriam os mais procurados pela população no interior do estado.
"A ideia do governador Wellington Dias, que nos pediu esse projeto, é suprir a falta de atendimento a casos como de perda ou roubo de documento, nos locais onde não há delegado, porque as pessoas não registram essas ocorrências. O coordenador vai ouvir, encaminhar a um delegado do município responsável por aquela cidade. Não estamos criando a figura de um delegado de carreira", disse.
Segundo ele, esses casos já podem ser registrados online, por meio da Delegacia Virtual, por qualquer cidadão.
"Esse registro fará parte de um novo modelo de distrito policial, modernizado. Hoje qualquer pessoa registra perda de documento em uma lan house. Todos os estados registram B.O.s na delegacia virtual. No Ceará já existe registro de roubo e furto online, quando são crimes de valor menor. Porque não auxiliar em um distrito?", disse.
Ele destacou que a função do coordenador de segurança necessariamente será ocupada por um policial civil ou militar e receberá uma gratificação pelo trabalho. O valor ainda não foi definido. A ideia é de que até o final do ano o decreto seja publicado e passe a valor em todo o Piauí. ( Cidadeverde)
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