Márcio FalcãoFolha
O advogado Michel Saliba deixou segunda-feira a defesa do ex-deputado federal e ex-presidente do PP (Partido Progressista) Pedro Corrêa, preso pela Operação Lava Jato. Com isso, Corrêa deve ser o primeiro político a fechar delação premiada com o Ministério Público, assumindo participação em crimes e revelando detalhes do esquema de corrupção da Petrobras em troca de benefícios, como eventual redução de pena.
Saliba descartou trabalhar com delação premiada porque considera incompatível uma vez que tem outros seis clientes investigados na Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal.
A defesa do ex-deputado deve ficar sob os cuidados do advogado Adriano Bretas, além de Alexandre Loper, que já atuava no caso. Saliba e Corrêa devem se encontrar nesta segunda no Paraná, onde o ex-deputado está preso.
Corrêa disse a pessoas próximas que pode oferecer aos procuradores da Lava Jato detalhes sobre as indicações políticas para cargos em órgãos do governo federal e a distribuição da propina do esquema a congressistas.
MENSALEIRO
Quando foi preso na Lava Jato, Corrêa já cumpria pena pela condenação no STF por seu envolvimento com o mensalão em 2012.
Na quarta-feira, Corrêa prestou depoimento à Justiça Federal em um dos processos da Lava Jato e disse que seus familiares não têm qualquer envolvimento com os fatos investigados no caso.
Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delatores da Lava Jato, Corrêa recebia pagamentos mensais do esquema e era um dos líderes do PP que decidiam como distribuir os recursos destinados ao partido.
Costa disse que Corrêa recebeu R$ 5,3 milhões só na campanha eleitoral de 2010. Sua filha, a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP), também recebia pagamentos mensais do esquema, de acordo com Youssef.
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