segunda-feira, 3 de abril de 2017

Ao dizer que todo corrupto deve ser punido, Barroso está atacando Gilmar Mendes


Resultado de imagem para Barroso faz palestra no stj
No STJ, Barroso mostrou sua indignação
Deu no Estadão
Em meio à sucessão de escândalos de corrupção que abalam o País, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que é impossível não sentir “vergonha” diante dos últimos acontecimentos no noticiário. O ministro também disse que o caixa 2 “frauda a democracia” e defendeu as delações premiadas, que permitiram, segundo ele, o desbaratamento de organizações criminosas infiltradas no poder público.
“Não podemos desperdiçar a chance de fazer com que o futuro seja diferente. Nós nos perdemos pelo caminho e precisamos encontrar um caminho que nos honre como projeto de País e nação”, disse Barroso.
Segundo o ministro, há uma “impressionante quantidade de coisas erradas” ocorrendo no País. “É uma prática institucionalizada, que vai do plano federal, passa pelo estadual e chega ao municipal. Pode ser na Petrobras, no BNDES, na Caixa Econômica, nos fundos de pensão, no Tribunal de Contas do Estado A, B ou C, tudo está contaminado pelo vício de levar vantagem indevida, para deixar de fazer o que se tem de fazer”, comentou.
NO MESMO BANQUETE – Na avaliação do ministro, a corrupção é “um mal em si” e “não devemos pegar esse atalho equivocado que não nos levará a lugar algum de que não se pune aqueles que frequentam os mesmos banquetes que a gente”.
Em meio a movimentações no Congresso Nacional para tentar anistiar punições para doação não declarada de campanha, Barroso ressaltou que, embora diferentes, “corrupção e caixa 2 são crimes, porque ambos desviam o dinheiro do lugar para onde deveria ir”.
“O caixa 2 frauda a democracia, porque faz com que quem tem mais dinheiro tenha mais representatividade do que quem tem menos dinheiro. O caixa 2 frauda o sistema democrático, a representação popular”, criticou, ressaltando que a não declaração de doações tem se tornado uma “prática institucionalizada”.
ABUSO DE PODER – É a mesma opinião do vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino. Em entrevista nesta semana ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, ele disse que não vê “como separar caixa 2 e corrupção”. “Ambas são condutas graves, implicam abuso de poder”, afirmou.
Em manifestação encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), falando pelo Ministério Público Eleitoral, Dino pediu a cassação do presidente Michel Temer (PMDB) e a inelegibilidade da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Uma das principais acusações contra a campanha da petista à reeleição é de que tenha recebido recursos provenientes de caixa 2.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o que Luís Roberto Barroso fez, ao proferir  a palestra de encerramento do seminário “Diálogo entre Cortes: fortalecimento da proteção dos direitos humanos”, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, foi açoitar publicamente o ministro Gilmar Mendes, que não faz outra coisa a não ser tentar defender governantes e parlamentares corruptos, mediante as mais ardilosas e sórdidas maquinações. Lembremos que Barroso cometeu um erro grave no julgamento do rito do impeachment e não reconheceu que estava equivocado. Mas depois disso, sem a menor dúvida, vem tendo um comportamento irretocável. É um homem de coragem e dignidade, merece o respeito de todos os brasileiros. (C.N.)

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