quarta-feira, 5 de julho de 2017

Enterraram o desconhecido pensando que erá o Tio artesão


 

Artesão foi dado como morto pelo Instituto Médico Legal ( FONTE AZ)

Fotos: Wilson Nanaia
Um caso que mais parece história de filme. Uma família, que buscava por notícias pelo artesão Geraldo Humberto de Carvalho Melo, 55 anos, desaparecido por mais de dois meses, teve a infeliz notícia que ele havia falecido. Dois familiares chegaram a reconhecer seu corpo no Instituto Médico Legal de Teresina, e iniciaram todos os trâmites burocráticos para seu velório. Uma semana depois de seu enterro veio à notícia: ele estava vivo.
Geraldo Melo
Geraldo Melo
Segundo Roosevelt de Carvalho Melo, sobrinho do personagem desta história, a família buscava notícias de Geraldo Melo desde abril, época em que desapareceu. Depois de muito procurar, a família decidiu ir até o IML. “A ex-mulher dele e uma tia foram para lá, ver se havia algum corpo sem identificação, e tinham três. Um deles tinha características muito semelhantes ao meu tio, o que levou a nossa família a achar que ele estava realmente morto”, informou.
Três familiares chegaram a informar que aquele era mesmo o corpo de Geraldo Melo. Porém o IML pediu toda a documentação dele, inclusive algum que tivesse sua digital, para que a perícia técnica do local confirmasse se aquele era mesmo o artesão desaparecido. “O único documento que tínhamos dele com digital era a carteira de trabalho. Então eu reuni todos os documentos que pude e levei até o IML. Lá eles liberaram o corpo”, informou Roosevelt Melo.
A partir daí a toda a família e amigos começou a ser comunicada do ocorrido e todos os trâmites para o velório e enterro começaram a ser organizados. O processo durou três dias, até o corpo ser enterrado no Cemitério Santo Antonio, no bairro Promorar. “Foi um sofrimento para toda a família, todo mundo muito emocionado. Foi complicado passar por toda essa situação”, declarou o sobrinho.
Uma semana depois do enterro, a surpresa. Geraldo Melo estava vivo e muito bem de saúde. De acordo com Roosevelt, o tio estava internado na Fazenda da Paz, instituição que trata de dependentes químicos, e não comunicou nada a família. “Na semana seguinte ao enterro aconteceu uma missa da Fazenda da Paz, que ele foi. Lá na igreja ele se encontrou com uma artesã e pediu para que ela entrasse em contato com uma amiga dele, para que suas peças fosse expostas em um evento de artesanato que acontecerá em Recife”, disse.
A amiga, identificada como Santana, quando soube ficou assustada e procurou mais informações sobre ele no escritório da Fazenda da Paz. Lá ficou confirmado que ele realmente tava vivo. “Depois que ela foi lá, a instituição procurou a documentação dele e entrou em contato com a gente. Ele tava vivo e estava internado lá fazia dois meses”, informou o sobrinho.
A família já foi visita-lo, vê como está se saúde e reconfortar o coração com a boa notícia. Geraldo Melo procurou ajuda da Fazenda da Paz para tratar o vício de álcool, que já estava limitando suas atividades e prejudicando sua saúde. “Ele foi e não comunicou a ninguém. Nem para a família e nem para amigos. Ainda não sabemos o porque dessa atitude dele, mas vamos conversar com calma e com a ajuda de um psicólogo”, afirmou.
Geraldo Melo ainda não sabe sobre o que sua família passou e nem que foi dado como morto. Na Fazenda da Paz os internos não tem acesso à televisão e nem a internet, e as visitas são limitadas. “Vamos conversar com ele ainda esta semana, com acompanhamento de uma psicóloga da instituição. Temos que tomar cuidado para que ele não entre em crise com a notícia”, informou Roosevelt Melo.

Instituto Médico Legal

Uma equipe do Portal AZ foi até o IML nesta terça-feira (04) para buscar esclarecimentos do fato, mas por conta do intenso número de atendimentos não foi possível lhe receber. Por telefone, o Portal AZ entrou em contato com o diretor da unidade Janiel Guedes, que não retornou as ligações. O Dr. Antônio Nunes, da pericia técnica, também foi contatado, mas não pode repassar as informações, pois estava em uma reunião.
“Quando fizemos a identificação, o corpo que estava no IML estava muito inchado e fazia dois meses que ele estava lá sem identidade. As características foram similares as fatos que estávamos passando. Apesar disso, o IML ainda iria confirmar pela digital se era realmente o meu tio, e segundo eles foi feito isso”, Roosevelt Melo.
Depois de descoberto que Geraldo Melo estava vivo, a família procurou o IML, que disse que ocorreu o erro de um funcionário. “Eles ficaram de nos ligar em ate 45 dias para passar mais informações e resolver a situação. Acredito agora que o corpo que enterramos por engano seja responsabilidade deles”, finalizou.

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