sexta-feira, 28 de julho de 2017

Ministro faz ironia e diz que não é obrigado a fazer “visita social” à Lava Jato


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Jardim foi criticado por um procurador da Lava jato
Ana Paula AndreollaTV Globo, Brasília
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que são “infundadas” as críticas que recebeu nesta quinta-feira (27) do procurador Athayde Ribeiro Costa, do Ministério Público Federal em Curitiba. Integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Ribeiro Costa criticou Torquato Jardim por mudanças na Polícia Federal em Curitiba, que afetaram a força-tarefa da operação. Em nota, os integrantes da força-tarefa disseram que a medida é “retrocesso”. E o procurador Ribeiro Costa destacou que Torquato Jardim não procurou saber quais são as necessidades da operação.
“Vejo a crítica como infundada. Basta olhar o meu passado profissional antes de chegar aos dois ministérios [ele também foi ministro da Transparência] e agora, nos dois ministérios, você não encontrará nenhum gesto de crítica ou desapreço à Lava Jato”, declarou o ministro Torquato Jardim.
IRONIAS – Em relação à crítica de não ter visitado a força-tarefa em Curitiba, ele disse que não considerou necessário. “Quanto a não ter feito visita social, não me constava do protocolo do ministério que eu devesse fazer visita oficial à Lava Jato. Se ele acha isso necessário, vamos combinar um café”, ironizou, afirmando que atualmente a Lava Jato atua em 16 capitais e que a equipe em Brasília, por exemplo, já é maior do que em Curitiba.
Sobre a permanência do delegado Leandro Daiello na direção da PF, disse o ministro: “Sempre falei com a mais absoluta clareza: Daiello e eu estamos trabalhando na nova PF, novo sistema institucional. É irrelevante quem vai continuar, eu, ele, se continuamos os dois. Minha resposta sempre foi essa, hoje o senhor pode dizer que não há prazo para que ele saia […] Não tem um deadline, não foi estabelecido período. Deadline é do dono da caneta, o dono da caneta se chama Michel Temer”, disse o ministro.
CONTINGENCIAMENTO – O ministro disse que o contingenciamento de recursos da Polícia Federal foi de R$ 400 milhões, mas que serão liberados R$ 70 milhões por mês até o fim do ano.
Ele citou a recente interrupção na emissão de passaportes, ocasionada por falta de verba para a fabricação dos documentos. Segundo Torquato, com os R$ 102 milhões já liberados pelo governo e os repasses mensais à PF, o problema não deve voltar a ocorrer.
“Contingenciamento, sabemos bem o que é. Afetou os passaportes? Sim. Vai afetar de novo? Espero que não. Acho que os R$ 102 milhões serão suficientes. Além disso, está acertado mês a mês mais de R$ 70 milhões por mês para a Polícia Federal”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Lava Jato é a maior operação de combate à corrupção no mundo. Em condições normais de temperatura e pressão, o ministro da Justiça deveria se orgulhar disso e prestigiar ao máximo o esforço desses jovens procuradores, policiais e auditores que estão prestando um inestimável serviço ao país. No entanto, prefere ironizá-los e diz que não é obrigado a fazer “visitas sociais”. Se o ministro considera que se reunir com a força-tarefa seria apenas uma “visita social”, a declaração demonstra que ele não dá importância à Lava Jato, e é isso que vai constar do tal currículo que Jardim diz ostentar(C.N.)

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