terça-feira, 1 de agosto de 2017

A estranha decisão que absolveu Youssef e Roseana


 

Pivô da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef deve ter uma relação de amor e ódio com o Maranhão. No dia 17 de março de 2014, Yousseff foi preso no Hotel Luzeiros, em São Luís. A prisão do doleiro foi o marco inicial da maior investigação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro da história do país. Pouco mais de três anos após a Lava Jato ter sido deflagrada na capital maranhense, o juiz Clésio Coelho Cunha, da 3ª Vara Criminal de São Luís, resolveu absolver Yousseff das acusações de lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo suposto pagamento de R$ 3 milhões à empresa Constran-UTC Engenharia.
A absolvição de Alberto Yousseff foi destaque no site Revista Veja nesta segunda-feira (31). Clésio Coelho Cunha também inocentou o ex-secretário da Casa Civil do governo Roseana Sarney (PMDB), João Abreu, homem forte da oligarquia que chegou a ser preso em 2015 suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em proprinas para garantir que a gestão Roseana pagaria um precatório de R$ 134 milhões à Constran-UTC.
Ironicamente, há 15 dias o mesmo juiz absolveu a ex-governadora Roseana das mesmas acusações.
Manobra?
A decisão de Clésio Coelho Cunha pela absolvição do doleiro soa estranha. Em depoimento prestado à Polícia Federal em novembro de 2014, o próprio Youssef revelou que pagou pessoalmente, no dia em que foi preso com uma mala cheia de dinheiro, propina de R$ 1,4 milhão destinada ao governo de Roseana Sarney.
Para o Ministério Público do Maranhão não restam dúvidas que durante a gestão Roseana operava esquema milionário de vendas de precatórios. Entretanto, com as sentenças do juiz Clésio ninguém foi punido.
Com a absolvição do doleiro Alberto Youssef, de João Abreu e Roseana, o grupo Sarney deu sinal de que continua com muita influência no judiciário maranhense, mesmo após a derrota política de 2014.


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