sábado, 2 de dezembro de 2017

Venda de drogas no Maranhão é comandada de dentro de Pedrinhas


 

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Senarc desarticulou organização criminosa; entorpecentes são oriundos de Goiás e distribuídos para cidades bases, como Estreito, Imperatriz, Santa Inês

Quadrilha foi presa por envolvimento no tráfico de entorpecentes na Grande Ilha, na Operação Libertar
Quadrilha foi presa por envolvimento no tráfico de entorpecentes na Grande Ilha, na Operação Libertar (Foto: Biné Morais / O ESTADO)
A cúpula da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Senarc) afirmou que a comercialização de entorpecente no Maranhão está sendo coordenada de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, principalmente pelos internos identificados como Flávio Júnior Barcelos Pinto, o Paulista, Branquinho ou Goiano; e Carlos César Viegas, o Carlito; e pelo criminoso do Maranhão, Edmilson dos Santos Lima, que reside em Aparecida de Goiânia, no estado de Goiás.
A equipe da Senarc realizou, ontem, a Operação “Libertar”, na Grande Ilha, que resultou na prisão de 12 criminosos, cumprimento de dois mandados de condução coercitiva e 30 presidiários do sistema carcerário de Pedrinhas tiveram mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara de Crime Organizado, acusados de tráfico de droga.
“Trata-se de uma organização criminosa, responsável em comandar a venda da droga no estado, principalmente na Grande Ilha. Os ‘cabeças’ desse bando são internos de Pedrinhas e do criminoso Maranhão”, declarou o superintendente da Senarc, delegado Carlos Alessandro de Assis. Ele informou, ainda, que os passos desses quadrilheiros vinham sendo monitorados pela polícia, desde o mês de fevereiro deste ano.
Ainda de acordo com as informações de Carlos Alessandro de Assis, o trabalho investigativo vinha sendo coordenado pelos delegados Valdenor Viegas e Danilo Veras. No decorrer do trabalho investigativo ficou constatado que a droga, principalmente a maconha, era oriunda de Goiás e, logo após, se espalhava para os pontos bases nas cidades maranhenses de Estreito, Imperatriz, Buriticupu, Santa Inês, Bacabal, Itapecuru-Mirim e Grande Ilha.
O delegado ressaltou que foram pedidos ao Poder Judiciário 14 mandados de prisão preventiva, três de conduções coercitivas e mandados de prisão para 30 apenados de Pedrinhas. Durante a operação realizada ontem pela Senarc, 12 pessoas foram presas na Região Metropolitana de São Luís.
Já a prisão de Edmilson Lima foi realizada na cidade de Aparecida de Goiânia, na última quarta-feira, 29. Em poder desse criminoso, a polícia apreendeu uma pistola 380, segundo o delegado, oriunda de forma ilegal. Todos os presos foram ouvidos na manhã de ontem, na sede da Senarc, no Bairro de Fátima. “A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito policial para enviar ao Poder Judiciário, mas, durante esse período pode haver a prisão de mais envolvidos nesse esquema criminoso”, explicou o delegado.
Investigação
O delegado Danilo Veras informou que a investigação teve como base a intensa comercialização de drogas na área da Liberdade, mesmo após a prisão dos traficantes Carlos Viegas e João da Cruz, ocorrida no dia 27 de novembro de 2015, com 100 quilos de maconha. Inclusive, Carlos Veigas já foi preso oito vezes pelo crime de tráfico de entorpecentes.
No decorrer da investigação, ficou constatado que a droga era proveniente de Goiás e, no decorrer dos últimos meses, foram apreendidas mais de três toneladas de drogas, entre maconha, crack e cocaína, vindas desse estado. Neste local, a ação criminosa tem como líder Edmilson Lima, que é natural da cidade de Coroatá, mas reside em Aparecida de Goiânia.
Esse criminoso tinha ligação com Flávio Barcelos, que, mesmo preso em Pedrinhas, conseguia comandar a distribuição de drogas. Ainda segundo Veras, Flávio Barcelos foi preso no dia 31 de março de 2015, e, no dia 26 de outubro do ano passado foi presa a esposa desse criminoso, Elízia da Silva Mousinho, de 26 anos, na Vila Nice Lobão.
Com ela, a polícia apreendeu 1,5 kg de crack, R$ 8.270,00 e apetrechos para serem usados na confecção da droga. “Depois da prisão do seu esposo, Elízia passou a administrar a venda da droga”, frisou o delegado.
A criminosa Raimunda da Cruz Costa também passou a administrar a boca de fumo na Liberdade, após a prisão do seu marido, Carlito. O delegado ainda declarou que ainda foi pedido a prisão preventiva do perito criminalístico auxiliar do Instituto de Criminalística (Icrim), Sandro Luis Araújo de Sousa, de 56 anos, para tentar identificar o seu elo de ligação com os integrantes dessa organização criminosa.
Sandro Sousa está preso desde o dia 21 de março deste ano, no Maiobão, em Paço do Lumiar, acusado de comercializar arma de fogo de forma ilegal. Ele foi preso em companhia do ex-presidiário e líder de facção criminosa, Jouberth Cabral Sampaio, o Joca, de 33 anos. Nessa incursão, feita por uma equipe da Senarc, foram apreendidos uma submetralhadora da marca Taurus, duas caixas de munições calibres ponto 40 e 357, quatro celulares, uma pistola, a quantia de R$ 10 mil e um veículo Etios azul-marinho, de placas PSM-6710.
Pedrinhas
O delegado Valdenor Viegas informou que os criminosos, mesmo presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, conseguem comandar o tráfico de drogas no estado. Essa empreitada ilegal conta com o apoio geralmente dos visitantes, que são responsáveis por levar as mensagens dos apenados às ‘mulas’, que possuem a função de fazer o transporte e a comercialização da entorpecente.
SAIBA MAIS
Os doze presos na Ilha durante a operação Libertar
Erika Martins
Ana Márcia Freitas
Sandro de Sousa
Larubia Santos
Raimunda Santos
Francisca Silva Lima
Joubetson Sampaio
Elízia Mousinho
Rosângela Batista
Letícia Ferreira
Maycon Menezes Fontes
Andrea Cruz
NÚMEROS
12 pessoas presas em cumprimento a ordem judicial pela equipe da Senarc
30 apenados de Pedrinhas tiveram mandado de prisão preventiva pelo Poder Judiciário
2 mandado de prisão coercitiva cumpridos durante a operação Libertar
Fique sabendo
A operação foi denominada Libertar, por ter sido no bairro Liberdade que começou o trabalho investigativo da equipe da Senarc
Outra Operação
​Uma operação da Polícia Civil conseguiu prender uma família, em Conceição de Lago Açu, acusada de comercializar drogas nessa cidade, durante a última quarta-feira. Os presos foram Maria Cleudilene Azevedo, de 42 anos; e suas filhas Josélia Azevedo Penha, de 18 anos; José Domingos Ribeiro, de 37 anos; Maricéia Moreira dos Santos, de 26 anos; e Eliane Costa da Conceição, de 28 anos. Um adolescente, de 17 anos, também foi apreendido. Em poder deles foram encontradas várias pedras de crack, R$ 1.155,00, produtos para embalar a droga, cinco aparelhos celulares, relógio, uma espingarda, facas e um facão.

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