A Operação Escuridão busca desarticular uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos do sistema penitenciário de Roraima, com faturamento próximo à R$ 70 milhões
O irmão do atual secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Amadeu Soares, Ronan Marinho Soares, que também é coronel da Polícia Militar e ex-secretário de Justiça de Roraima, foi um dos alvos da Operação Escuridão, deflagrada na manhã desta quinta-feira (29) pela Polícia Federal em Roraima com objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em desvios de recursos públicos do sistema penitenciário do Estado, com faturamento próximo à R$ 70 milhões entre 2015 e 2018.
Conforme o site de notícias Folha de Boa Vista, Ronan foi conduzido à sede da Polícia Federal de Roraima. A PF cumpriu 11 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão no município de Boa Vista (RR) e em Brasília (DF). Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de Roraima após representação da Polícia Federal. Guilherme Campos, filho da governadora de Roraima Suely Campos, também foi alvo da operação.
Conforme a assessoria de imprensa da PF de Roraima, o inquérito policial sobre a Operação Escuridão foi instaurado em 2017 após supostas irregularidades em contratos de fornecimento de alimentação para presídios em Roraima. O esquema, de acordo com a Polícia Federal, iniciou no começo de 2015, com a contratação emergencial de uma empresa constituída há apenas oito dias para cuidar da alimentação dos presos no Estado.
Segundo a PF, as investigações mostram que a empresa responsável pelo fornecimento dos alimentos desde fevereiro de 2015 até o presente momento superfaturava o valor da alimentação, além de informar quantitativo superior de refeições ao que era efetivamente providenciado e, ainda, fornecer alimentos de baixa qualidade.
A Polícia Federal confirmou também que os responsáveis pela empresa suspeita, que está em nome de “laranjas”, realizaram saques de aproximadamente 30% do valor dos contratos, em espécie, para o pagamento de propinas e para o enriquecimento ilícito dos reais proprietários do negócio. Vários saques e repasses foram constatados pela através de filmagens feitas durante as investigações, a qual contou também com provas obtidas após quebra do sigilo bancário e telefônico dos investigados. O esquema contava com a participação de agentes públicos e políticos, os quais são alvos da Operação Escuridão.
De acordo com o portal de notícias Folha de Boa Vista, o coronel Ronan Marinho Soares, irmão do titular da SSP Amazonas, havia sido nomeado para comandar a Secretaria de Justiça de Roraima em 4 de maio de 2017 e, 12 meses depois, foi afastado do cargo pelo juiz Alberto de Morais Junior, titular da 2ª Vara da Fazenda Pública e que respondia interinamente pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Boa Vista.
Atuou em Roraima
O coronel Amadeu Soares já havia sido titular da SSP Amazonas na gestão do então governador Omar Aziz e, em 2014, deixou o cargo para assumir como secretário de Segurança Pública de Roraima. Em 2015 Amadeu Soares retornou a Manaus e, no ano seguinte, 2016, participou do plano de governo para candidatura de prefeito de Manaus do político Marcelo Ramos. Amadeu Soares também concorreu às eleições municipais de 2016 como candidato a vice-prefeito de Silas Câmara.
Nas eleições gerais deste ano, 2018, o coronel Amadeu Soares também concorreu como candidato a deputado estadual, mas recebeu apenas 10.970 votos e acabou sendo derrotado nas urnas. Após o resultado do pleito ele foi anunciado como titular da SSP Amazonas na gestão do governador Amazonino Mendes, onde atua até o momento.
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