O cantor Wellington Camargo, irmão da dupla Zezé di Camargo e Luciano, foi preso, na terça-feira (29), por não pagar uma pensão alimentícia, em Goiânia. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ele foi levado à Central de Flagrantes da corporação e, na sequência, foi encaminhado à Unidade Prisional de Senador Canedo, na Região Metropolitana da capital.
A assessoria do Wellington Camargo informou ao G1, por telefone, que “não tem nada a declarar” sobre a prisão do cantor.
Wellington Camargo foi preso pela Polícia Militar na noite de terça-feira, no Jardim América, na região sul de Goiânia. O cantor se separou de Yara Silva em 2017. No registro do sistema da Polícia Civil, conforme informou a assessoria da corporação, consta que a prisão foi por dívida de uma pensão alimentícia, mas não revela a quem nem o valor.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou que não tem como se pronunciar sobre o assunto, pois casos desta natureza tramitam em sigilo.
De acordo com a assessoria de imprensa da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Wellignton seguia preso na unidade prisional de Senador Canedo até as 9h40 desta quarta-feira (30).
O advogado de Yara Costa Silva, ex-mulher de Wellington, informou por telefone que a prisão do cantor, neste processo, não tem qualquer relação com ela ou com o filho que os dois têm juntos. Segundo Carlos Eduardo Freitas Araújo, que diz ter tido acesso aos autos, a prisão é por dever pensão à filha de um outro relacionamento que teve antes de se casar com Yara.
O G1 tenta localizar a primeira esposa de Wellington para obter um posicionamento sobre o caso.
Sequestro
Wellington foi sequestrado há 20 anos, em Goiânia, em um caso que mobilizou todo o país. Em entrevista ao G1 em dezembro de 2012, ele afirmou que os dias de cativeiro não saíam de sua memória. “Até hoje, tenho pesadelo com isso. Por incrível que pareça, ainda sonho que estou sendo sequestrado”, lembrou.
Vítima de uma poliomielite aos 2 anos de idade, Wellington é cadeirante. Na noite de 16 de dezembro de 1998, ele foi levado por quatro homens armados. O cantor, que teve metade da orelha esquerda cortada pelos sequestradores durante os 94 dias que ficou em cativeiro, em uma chácara a 27 quilômetros de Goiânia
Após o sequestro, o cantor afirmou que não anda mais sozinho. “Sempre tem uma pessoa do meu lado. Durante alguns anos, tive medo [de sair de casa], mas aprendi a não ter mais. Só evito sair à noite. Minha vida é diurna. Tenho medo é da violência urbana, a que qualquer pessoa está sujeita”, destaca.
No decorrer das negociações, os criminosos reduziram o valor pedido inicialmente no resgate, de US$ 5 milhões para US$ 300 mil. O dinheiro foi pago em 20 de março de 1999. Wellington diz que naquele dia passou a situação mais desesperadora, maior até mesmo do que quando teve parte da orelha cortada como prova de que estava vivo, uma semana antes.
“O pior momento foi pouco antes de eu ser libertado, porque não sabia o que estava acontecendo. Não sabia se ia ser solto ou assassinado. Eu era um passaporte para eles. E ouvi que eles já estavam com o dinheiro”, lembra. No entanto, Wellington garante que nunca teve medo de morrer: “Eu tive cisma. Na morte, nunca acreditei. Sempre acreditei muito em Deus”.
Música
Morando atualmente em Goiânia, Wellington diz que passa a maior parte do tempo viajando, dedicando-se à carreira musical, que ele iniciou após o sequestro, no fim de 1999. Wellington tornou-se compositor sertanejo, mas agora também é cantor gospel.
Ele já lançou cinco CDs e vendeu mais de 3 milhões de cópias. Em um ano, somou mais de 180 apresentações pelo país.
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