terça-feira, 30 de abril de 2019

Chefes de Polícia Civil repudiam a ideia de tirar o Coaf do controle do ministro Moro

 

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Moro não gostou nada do recuo de Bolsonaro em relação ao Coaf
Luiz VassalloEstadão
O Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, que congrega 27 estados, afirmou, nesta segunda-feira, 29, repudiar a ‘tentativa’ de realocar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Economia. A nota é assinada pelo presidente da entidade, Robson Cândido da Silva, e afirma que a medida poderia ‘tirar o foco do combate à corrupção e à lavagem de dinheiro’.
Órgão responsável por relatórios de inteligência em torno de crimes de lavagem de dinheiro, o Coaf, originalmente, pertencia à Fazenda. A partir do governo Jair Bolsonaro (PSL), passou a integrar a pasta da Justiça e Segurança Pública, chefiada por Sérgio Moro.
BOLSONARO APOIA – Nesta quinta-feira, Estado mostrou que, em meio à negociação com deputados para garantir a aprovação da Medida Provisória 870/2019, que reestruturou os órgãos do governo e reduziu o número de ministérios, o presidente Jair Bolsonaro disse que “não se opõe” a transferir o Coaf de volta para o ministério da Fazenda.
No mesmo dia, Moro afirmou que tentaria demover os parlamentares da proposta. Em seu Twitter, o ministro também defendeu a permanência do Coaf na Justiça.
Para os chefes de Polícia Civil, ‘tal medida tira o foco do combate à lavagem de dinheiro e à corrupção, essencial na contemporaneidade brasileira’.
ARGUMENTOS – “A proximidade do Coaf com os órgãos de segurança pública, especialmente Polícia Federal e Polícias Civis, responsáveis pelas investigações, facilita a formatação de conhecimentos de inteligência e dados e informações para as investigações criminais, qualificando o resultado dos Inquéritos Policiais”.
 “As Polícias Civis consideram fundamental a integração orgânica do Coaf junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e reforçam a necessidade de concretização da parceria firmada entre Coaf e SENASP/MJSP em dezembro de 2018, possibilitando a integração de recursos humanos, troca de conhecimentos e evolução das investigações criminais de combate à corrupção e à lavagem de capitais”, afirmam.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro está brincando com a verdade, como se dizia antigamente. Para convencer o então juiz Sérgio Moro a aceitar o Ministério, ele ofereceu passar o Coaf ao controle da pasta da Justiça. Moro aceitou, porque o Conselho pode se tornar fundamental no combate à corrupção. Agora, Bolsonaro muda de ideia e Moro não está gostando nada disso. O ex-juiz é um homem de caráter. Se Bolsonaro insistir, a coisa pode ficar feia.
Sem o apoio de Moro, o governo ficará sujeito a chuvas e trovoadas. O ministro Paulo Guedes não tem moral para conduzir o Coaf, porque é um dos próximos a serem investigados. Como os crimes cometidos por Guedes ocorreram antes da posse como ministro, ele será julgado na primeira instância e dificilmente deixará de ser condenado. Se não houvesse provas consistentes contra ele, a Previc (Superintendência de Previdência Complementar) jamais não teria feito o relatório que denunciou as irregularidades. (C.N.)

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