A Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu um bispo e quatro pastores suspeitos de uma série de crimes na Igreja Internacional Plena Paz, em Belo Horizonte. O bispo Marco Aurélio de Freitas Melo, fundador e presidente da Igreja, é investigado de desviar mais de R$ 2 milhões e construir um patrimônio de imóveis com ofertas de fiéis, cometer abuso sexual em pelo menos quatro mulheres e por induzir um aborto.
Segundo o delegado Gabriel Fonseca, da Delegacia de Fraudes de Belo Horizonte, a investigação foi iniciada em janeiro de 2019, após um pastor denunciar o bispo por estelionato. “O bispo ofereceu para esta vítima oportunidade para investimento no imóvel em Goiás, mas há cerca de dez anos, não houve nenhum retorno por parte do pastor”, afirmou o delegado. Ainda com informações do delegado, são cerca de 10 templos da Congregação chefiada pelo bispo espalhadas por Minas Gerais.
A partir dessa denúncia, os investigadores começaram a ouvir pessoas que também tinham sido convencidas a investir no negócio, sem nunca ter retorno. “Foi aí que descobrimos os outros crimes. Ele usava dinheiro e doações dos fiéis para ter uma vida de alto padrão”, explicou Fonseca.
Melo, de 42 anos, e a esposa são donos de um imóvel com 14 apartamentos em Águas Lindas de Goiás, além de lotes na região que, segundo os investigadores, foram adquiridos com dinheiro dos fiéis da Plena Paz. O casal foi detido em Brasília, no Distrito Federal, na última terça-feira (28). Eles estavam na capital do país desde a segunda (27), quando deveriam ter se entregado à Justiça após negociação com a polícia.
OUTRAS ACUSAÇÕES CONTRA O BISPO:
Quatro fiéis denunciaram à Policia Civil que, durante as “sessões de cura”, os abusos eram feitos enquanto elas estavam em uma espécie de transe. “As vítimas relataram que, enquanto dormiam, o estupro acontecia. Ao acordar, notavam que as regiões dos seios e da virilha estavam com óleo, indicando que algo havia acontecido de errado”, contou o delegado. O bispo também é suspeito é de induzir um aborto. Uma frequentadora da Igreja, que havia tido um relacionamento com o pastor, foi quem denunciou o crime à polícia. “Após ela engravidar, o suspeito mandou ela tomar um abortivo e, como forma punitiva, obrigou-a a comer restos do feto e ainda a estuprou”, contou o delegado.
Detido preventivamente, ele responderá por extorsão, indução ao aborto e estupro de vulnerável, já que as fiéis estavam em estado de inconsciência na hora dos abusos, e associação criminosa. “Ainda estamos investigando o valor que ele desviou, mas em anotações dele encontramos R$ 2 milhões em desvios. Ele é sócio de uma construtora e dono de lotes no Estado de Goiás. A fase de mensurar o tamanho desse patrimônio ainda está acontecendo”, afirmou o delegado.
Melo fundou a igreja em 2011 e, de lá para cá, a Congregação se estendeu em mais 10 templos em Minas Gerais. Na casa do suspeito foram apreendidos cinco automóveis, sendo que quatro são comprovadamente doados por fiéis para a igreja, além de celulares, notebooks e computadores também doados por fiéis.
Os outros quatro pastores da igreja, dentre eles a esposa de Melo, responderão apenas por extorsão e associação criminosa. Eles foram detidos temporariamente.
Os investigadores acreditam que outras vítimas, frequentadoras da Igreja Internacional Plena Paz, procurem a Delegacia de Fraudes para denunciar o Bispo. A unidade fica na avenida Francisco Sales, 780, no bairro Santa Efigênia, região Leste de BH. Informações podem ser dadas também pelo telefone 181.
(Com informações do site Hoje em Dia)
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