segunda-feira, 3 de junho de 2019

‘Já falei que não entendia de economia?’, alega Bolsonaro, indagado sobre o PIB

 

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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Deu em O Tempo(Estadão Conteúdo)
O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou não entender de economia ao ser perguntado sobre projeções para o país após o Produto Interno Bruto (PIB) cair 0,2% no primeiro trimestre do ano. Ele relacionou o cenário de melhora com questões externas, além da necessidade de aprovar a reforma da Previdência, e afastou a possibilidade de criar impostos.
“Já falei que não entendia de economia? Quem entendia afundou o Brasil, eu confio 100% na economia do Paulo Guedes”, declarou Bolsonaro, após um almoço na residência de um amigo no Lago Sul, em Brasília. “A gente quer melhorar os nossos índices aqui, agora passa por questões até externas”, acrescentou.
LIBERAR FGTS – Ele citou possibilidade de o governo autorizar a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e afirmou que isso está sendo estudado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Prometeu apresentar novas medidas para os Estados após a reforma da Previdência.
“Da minha parte, está descartada qualquer possibilidade de novo imposto ou majorar qualquer imposto, isso não existe”, destacou.
Ele ressaltou a importância de o Congresso aprovar o crédito suplementar solicitado pelo governo para garantir o pagamento da Previdência, de subsídios e de benefícios assistenciais. O governo, afirmou, está trabalhando para garantir a promessa de pagar a 13º parcela do Bolsa Família por meio do combate a fraudes no benefício.
PERDA DE VALIDADE – Em relação a medidas provisórias, disse aguardar decisões do Congresso para encaminhamentos. A MP do Saneamento, por exemplo, perde a validade se não for aprovada até esta segunda-feira, 3. O texto não está na pauta da Câmara ou do Senado.
O presidente não quis falar sobre alternativas antes do prazo. Sobre a que promove um pente-fino em pagamentos do INSS, afirmou acreditar na aprovação segunda-feira, no Senado.
Ele manifestou expectativa de o Senado aprovar a MP que altera o Código Florestal também na segunda-feira, prazo final para o Congresso votar o texto.
ALCOLUMBRE VETOU – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no entanto, já garantiu que os senadores não votarão o texto. Para Bolsonaro, a bancada ruralista tem metade dos parlamentares no Congresso e poderia se mobilizar para aprovar a medida na segunda.
Bolsonaro defendeu a manutenção de Estados e municípios nas mudanças do sistema previdenciário, conforme a reforma encaminhada pelo governo ao Congresso. Ele ponderou, no entanto, que há impasse na Câmara sobre a situação por conta de desgaste entre parlamentares.
“Isso está sendo acertado pela Câmara. O que nós gostaríamos é que fosse tudo junto”, comentou Bolsonaro após participar de um churrasco na casa de um amigo, em Brasília “Está esse impasse dentro da Câmara e eu não tenho nada a ver com isso. A Câmara é que decide agora”, declarou.
NO ORIGINAL – O presidente disse querer aprovar o texto “basicamente como chegou lá”. De acordo com ele, alguns parlamentares até são favoráveis à reforma, mas votam contra por causa do desgaste política. “Espero que o pessoal se entenda”, disse.
Ele manifestou confiança na aprovação da reforma em até 20 dias na Comissão Especial da Câmara e ainda fez um aceno ao relator do texto, Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmando que o deputado está trabalhando para aprovar “o que for possível da proposta” do governo.
O presidente classificou a medida como a “mãe” de todas as outras reformas e prometeu anunciar outras soluções para Estados após a conclusão da Previdência.
PETROBRAS – O presidente voltou a falar que não vai interferir nas decisões da Petrobras sobre o preço de combustíveis e comemorou a redução do valor nas refinarias anunciada na sexta-feira.
“A gente não vai interferir na Petrobras, eu não tenho como interferir. A minha interferência é demitindo ou não o presidente e seus diretores. Para que fazer isso aí? Eu confio no Castello Branco (Roberto Castello Branco, presidente da estatal), indicado pelo Paulo Guedes (ministro da Economia), uma pessoa que está sendo ‘dez’ lá, no nosso entendimento”, comentou Bolsonaro.
Para o presidente da República, a estatal levou em consideração “questões técnicas” para tomar a decisão de diminuir os preços.
SEM PRESSÃO – Ele afirmou que não conversou com Castello Branco antes da decisão, como havia feito em fevereiro – quando a interferência segurou o reajuste do diesel decidido pela petrolífera e terminou prejudicando a empresa -, mas declarou que recebeu a notícia do próprio dirigente da Petrobras após a decisão. “Eu não sou aquela outra candidata, ou melhor, presidente, de saia, como alguns tentaram pejorativamente me taxar. Não existe isso”, afirmou, em relação à ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo Bolsonaro já disse, no episódio anterior o próprio presidente da Petrobras resolveu – após uma ligação dele – adiar o reajuste do diesel para um índice “muito próximo” do que estava previsto, e não cancelar o aumento. “Não houve interferência nossa.”
EDUCAÇÃO – Na área da Educação, o presidente prometeu divulgar nas próximas semanas ações para as universidades federais, que foram alvos de bloqueios orçamentários, mas não quis adiantar quais medidas o governo adotará na área.
O Ministério da Educação divulgou uma nota uma afirmando que professores e alunos não podem divulgar e estimular protestos durante o horário escolar.
O presidente relatou que não conversou com o ministro da pasta, Abraham Weintraub, sobre o assunto. “O que eu sempre recomendo aos ministros é o menos de marola possível. Faz a coisa em silêncio. Há interpretação, muitas vezes, equivocada e isso não é bom para a gente”, comentou Bolsonaro quando perguntado sobre a nota.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Fica clara a estratégia de Bolsonaro. Na sua malandragem rasteira, digamos assim, ela pensa (?) que pode se eximir da responsabilidade pela crise da recessão e do desemprego, bastando dizer que não entende de economia. A seu ver, a culpa assim será toda do Paulo Guedes, que não tem barbicha mas se adapta bem à função de bode expiatório. Realmente, Bolsonaro não parece ser deste mundo. (C.N.)

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