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Uma pesquisa da Fiocruz mostra que o número de óbitos no Brasil dobra em média a cada cinco dias.
O Brasil já aparece entre os países do mundo onde o ritmo de expansão da pandemia mais preocupa. O número de óbitos pela Covid-19 tem dobrado, em média, a cada cinco dias. Este é o ritmo de crescimento registrado nos Estados Unidos, país que lidera o ranking mundial de mortes pelo coronavírus: mais de 60 mil.
No Brasil, os casos dobram em menos tempos que Itália, Espanha e Reino Unido. Entre os estados brasileiros, o Maranhão é o que registra a mesma velocidade de óbitos que os Estados Unidos. Em outros estados como Amazonas, Rondônia, Pará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, o registro de novos casos equivale ao da Itália.
“Essas mortes são consequência de algumas medidas que foram tomadas várias semanas atrás, de afrouxamento e algumas de relapso comportamental das pessoas que deixaram de tomar alguns cuidados”, explicou Christovam Barcellos, da Fiocruz.
Os pesquisadores da Fiocruz constataram a presença dos vírus em todos os estados brasileiros e a rápida propagação por municípios menores. Quanto maior o número de casos de Covid-19 em cidades pequenas, maior o risco de faltar atendimento onde a estrutura de saúde é ruim ou inexiste, e maior a migração de pacientes para as cidades maiores, onde já faltam leitos nas unidades de saúde.
O novo coronavírus já está presente em quase 80% dos municípios entre 50 e 100 mil habitantes. Nos municípios menores, a circulação comunitária já é visível e preocupa.
“É necessário tomar algumas medidas específicas nessas cidades menores: triagem, atendimento rápido, testagem”, defendeu Christovam Barcellos, da Fiocruz.
A pesquisa também estima que o número real de óbitos pela Covid-19 no Brasil seja cerca de 50% maior do que o informado pelo Ministério da Saúde. Especialistas chegaram nesse índice examinando os registros civis, feitos em cartórios, sem testagem de pessoas que morreram com os sintomas da doença.
No Rio de Janeiro, onde mais de mil pessoas esperam por vagas em enfermarias ou UTIs, o secretário Estadual de Saúde manifestou preocupação com a multiplicação rápida do número de casos.
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