quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Justificativas reforçam necessidade de investigação sobre institutos

 

 

Os institutos de pesquisa precisam ser investigados. Foram muitos erros em nível local e nacional. Alguns institutos chegaram a superestimar maiorias de certos candidatos em até 20 pontos, com o resultado de que seriam eleitos em 1° turno.

Márcia Cavallari, do Ibope: pedido de desculpas (Reprodução)

Foi o caso de Teresina. um dos postulantes ao cargo de prefeito foi colocado com vantagem que lhe daria tranquilamente a vitória ainda em 15 de novembro. Houve também outros fatores. Cada instituto apresentava uma tendência. Injustificável. Passadas as eleições, aparecem desculpas de alguns. Apenas de alguns.

Caso da notícia publicada sobre Ibope e Folha de São Paulo, que tentam se desculpar junto ao eleitorado brasileiro com argumentações fora de sentido.

O site O Antagonista registrou que o diretor do Datafolha tentou explicar os erros grosseiros nas pesquisas de São Paulo, Recife e Porto Alegre. Ele disse para O Globo: “Depois que a pesquisa de véspera é divulgada, muitos eleitores observam o resultado desse levantamento, articulam-se e, somado a outros fatores, mudam de voto. A única pesquisa que pode ser comparada com o resultado oficial é a boca de urna.” Ou seja, o resultado da pesquisa altera a percepção do eleitor e o induz a mudar seu voto.

O Ibope deu uma justificativa igualmente patética: “Eleições municipais, especificamente, são bastante dinâmicas, pois lidam com assuntos que impactam diretamente o eleitor e ele deixa para decidir seu voto na última hora.”

PEDIDO DE DESCULPA

A CEO do Ibope, Márcia Cavallari, em entrevista à Rádio Gaúcha, foi ainda mais longe — e mais explícita: pediu desculpas aos porto-alegrenses: “A gente não teve um bom desempenho na última pesquisa. Inclusive, pedimos desculpas aos porto-alegrenses.”

Em Porto Alegre, o Ibope da véspera do segundo turno dava 51% dos votos válidos a Manuela D’Ávila (PC do B) e 49% a Sebastião Melo (MDB). Na votação, Melo ficou nove pontos à frente (54,63% x 45,37%) -diferença, além de favorável ao emedebista, bem superior à margem de erro de três pontos. É uma diferença muito grande para um simples pedido de desculpas.

Os institutos de pesquisa precisam ser passados a limpo. E alguém precisa pagar por isso. (Toni Rodrigues)

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