A eleição de Dr. Pessoa (MDB) em Teresina acabou com a disputa interna ensaiada entre a vice-governadora Regina Sousa e o secretário de Fazenda Rafael Fonteles para a sucessão de Wellington Dias. A sucessão, agora, gira em torno do senador Marcelo Castro, presidente estadual do MDB. É isso ou “Tchau, PT!
Wellington vai ter que mudar seus planos e trocar rafael por Marcelo Castro (fotos: Jailson Soares | politicaDInamica.com)
SEM ESSA DE DIREITO NATURAL
O “direito natural” da vice Regina disputar uma reeleição caso assumisse o governo foi um argumento disseminado nas rodas de conversa até aqui a mando de Wellington. Uma desculpa usada para manter contida até certo ponto a vontade do MDB reivindicar esse espaço.
O MDB sempre avaliou que se Wellington já vai ocupar a vaga de senador [cá entre nós, acredito que ele vá disputar uma vaga de deputado federal, mas é assunto para outro texto], então o PT já estaria contemplado. Restariam as vagas de governador e vice, a serem preenchidas pelos maiores aliados.
A distração daria tempo para Wellington preparar um outro nome seu e de seu partido – com mais “apelo” entre os deputados – para esse lugar.
Rafael e Wellington começaram a aparecer juntos em todo evento de anúncio e inauguração de obras (foto: Ascom)
Não há quem possa duvidar que Rafael estava sendo preparado para a sucessão. De repente o secretário de Fazenda estava de papagaio de pirata de Wellington Dias, pra cima e pra baixo em inauguração de poste e pintura de meio fio no interior. E enfrentando o sol do Piauí no pingo do meio-dia para sair na foto.
Mas aí Rafael perdeu a eleição de seu sogro para prefeito em Picos e ao mesmo tempo o MDB conseguiu a capital.
TUDO MUDOU PARA 2022
O MDB é um grande aliado – o maior desde que Wellington Dias expulsou Ciro Nogueira do governo –, mas aliado não significa ser trouxa. Conduzir a máquina da Prefeitura de Teresina dá ao MDB uma nova envergadura política, que vai além dos 6 deputados estaduais e da Assembleia Legislativa.
A eleição de Pessoa deu nova envergadura ao MDB e o partido agora já olha para 2022 querendo o governo (foto: divulgação)
Justiça seja dita: Themístocles Filho construiu o grupo e foi dentro do MDB o responsável direto pela eleição de Pessoa. Enquanto isso os políticos ligados a Marcelo em Teresina – Joninha, Pedro Fernandes, Luiz Lobão, etc. – ou estavam filiados a dentro do grupo de Kleber Montezuma (PSDB) ou criavam problema dentro da sigla e só abraçaram Pessoa quando sentiram o cheiro de derrota onde estavam.
Ainda assim, é Castro quem pode capitalizar melhor a vitória na capital para 2022.
Por quê?
Porque pode arriscar uma eleição sem perder mandato (ele teria ainda 4 anos de senador em caso de derrota). Porque já percorreu o interior de todo o Piauí com Wellington Dias em campanha.
E, principalmente, porque é o mais petista do MDB. Em Brasília, ele é o eterno “ministro da Saúde de Dilma”. O PT adora Marcelo e só confia de verdade nele dentro do MDB.
Marcelo é a garantia de que haja algum espaço para o PT em governo. Ou é isso, ou pode não haver nem governo nem espaço algum para o PT.
MARCELO OU THEMÍSTOCLES
Qualquer “oferta” de Wellington ao MDB que não seja a cabeça da chapa, pode ser superada por uma proposta do senador Ciro Nogueira – que já desenhou uma chapa onde o seu vice pode ser o filho de Themístocles, o deputado federal Marco Aurélio Sampaio – e cuja um virtual futuro governo não teria que ceder uma vaga de aspone para petistas. Ser aliado de um governo sem o PT, é ter mais espaço para ocupar dentro desse governo.
Wellington tem que se apressar: a condução do MDB em 2022 vai ser de Themístocles ou de Marcelo, quem ele quer? (foto: Jailson Soares | politicaDinamica.com)
Marcelo é o elo ideal entre PT e MDB e entre as duas maiores máquinas do Piauí: o Governo do Estado e a Prefeitura de Teresina. E passa a ser agora a escolha óbvia da base, que sabe que o MDB sabe como é que a roda gira na política.
EM TESE, TUDO LINDO
Como você viu nos argumentos acima, tá dando tudo certo para o MDB. Mas a política é dinâmica. Ganhar Teresina foi ótimo, mas tem só um último detalhe: vai tudo por água abaixo se a gestão de Dr. Pessoa não der certo.(Por:Marcos Melo)
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