Deu no Estadão
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro rebateu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que, em entrevista ao Estadão, indicou que o advogado Nythalmar Filho ‘teria trânsito’ com os procuradores que integraram a força-tarefa da Operação Lava Jato fluminense e fechavam as delações no âmbito da investigação.
Em nota enviada à reportagem, a Procuradoria no Rio afirmou que formalizou 182 acordos de colaboração premiada, com ‘diversos advogados’, sendo que apenas um deles foi fechado por Nythalmar Filho.
HABEAS DE GILMAR – O MPF no Rio apontou que o acordo citado ‘respeita a legalidade’ e lembrou que Nythalmar Filho teve alguns habeas corpus concedidos por Gilmar, ‘sem que isso obviamente possa significar que houve ali alguma ilegalidade’. Além disso, ressaltou que o advogado foi alvo de buscas, deferidas pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio, após representação dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio.
A indicação de Gilmar sobre o advogado se deu quando o ministro, crítico dos métodos da Lava Jato, comentava sobre mensagens hackeadas atribuídas a integrantes da força-tarefa em Curitiba – que foram apreendidas na Operação Spoofing – durante o julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. O ministro do STF leu alguns dos diálogos ao votar pelo reconhecimento da parcialidade do ex-magistrado.
DISSE GILMAR – “Houve, de alguma forma, um colapso aí, em termos de gestão administrativa. Esses problemas se multiplicam. De alguma forma, estão ocorrendo episódios semelhantes na Sétima Vara de do Rio de Janeiro. Em que aparece um superadvogado (Nythalmar Filho, alvo de mandados de busca da Polícia Federal), que teria relacionamento com o juiz (Marcelo Bretas), que teria trânsito com os procuradores, que faziam todas as delações… E tudo mais. Nesse mundo obscuro que é o Rio de Janeiro. O combate à corrupção não pode ser instrumento de corrupção”, afirmou Gilmar em entrevista ao Estadão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Gilmar Mendes ser desmentido é exemplo de frase redundante. O difícil é dar crédito às denúncias do ministro, que tem manipulado o Supremo e sucessivos governos, sempre conseguindo que se adaptem às suas conveniências. Com essas manobras jurídicas e midiáticas, Gilmar Mendes conseguiu blindar a própria mulher e também a mulher do ministro Dias Tafolli, que foram apanhadas na malha fina da Receita Federal. Isso é Brasil, gente! (C.N.)
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