Vicente Limongi Netto
Realmente somos loucos. Para internar. Louco quem acorda com a suavidade de motosserras, britadeiras, marteladas, furadeiras, latidos e vendedores de gás. Louco é conviver com trapalhadas do inquilino do Palácio do Planalto. Loucura é ouvir bajuladores, calhordas, demagogos e mentirosos na televisão. A pandemia, a ansiedade, a irritação e a depressão aumentaram a loucura. Loucos irados e pseudos sabidões são analistas de futebol.
O trânsito caótico enlouquece. Loucos passeiam com cães brabos sem focinheira. A violência e a insegurança também flertam com a loucura. Ficamos mais loucos com a alta dos preços de tudo. Louco e criminoso são golpistas no auge da pandemia. Somos todos loucos por continuar lutando.
LOUCURA DO “MITO” – Mais loucos ainda são os que votaram no falso e destemperado “mito”. É desesperadora a dor dos loucos desempregados, sem condições de alimentar os filhos. Loucos abençoados são médicos, enfermeiros, motoristas de ambulâncias, vigilantes, fisioterapeutas, terapeutas e maqueiros. Estraçalham as próprias vidas para salvar a vida dos outros.
Árbitro de futebol é do tipo louco sádico. Irrecuperáveis são os loucos engravatados, felizes por taxar inativos e aposentados. Procuro classificação para os loucos que correm risco da vida nas esburacadas rodovias.
Louco estúpido não usa máscara. Louco pateta é o motorista que não liga a seta quando vai mudar de faixa. Loucos e canalhas são os que assassinam mulheres. Precisam ser castrados e enjaulados.
TAXAS ENLOUQUECIDAS – Os juros altos contribuem para a loucura coletiva. Pelo diagnóstico médico da insanável loucura do governo, constata-se que vamos todos morrer loucos e sem vacinas.
Mais de 300 mil mortos humilham e deixam todo o Brasil indignado e louco.
Quando finalmente a pandemia for embora, levando maus homens públicos que debocham da ciência e da vida, nos renderemos, então, à loucura prometida e abençoada por Deus.
BRANCALEONE- Sem querer tirar onda com o experiente William Waack e já tirando (Estadão Tribuna da Internet-2/4, e Jornal de Brasilia), porque chamou Bolsonaro de “Capitão Brancaleone”, devo registrar, com rigorosa humildade, que no meu artigo, aqui na Tribuna, dia 24 de março, abro o texto assim: “Parece piada de humor negro: o exército do presidente Brancaleone com a turba ignara de arrogantes serviçais…”.
Artigo publicado com a mesma foto do artigo do Waack. De leve, ensinava Ibrahim Sued, o “turco” bem informado que se proclamava “imortal sem fardão”. Autodidata. Exigente com a informação. Saudades dele. Fomos bons amigos. Época gloriosa em que fui chefe de redação (lembra, Werneck?) da sucursal do Globo, em Brasília.
BOMBA! BOMBA! – Naquele tempo, os setoristas de O Globo em Brasília eram pautados para conseguir alguma notícia exclusiva para o programa que Ibrahim fazia, altas horas da noite, na TV Globo. Muitas vezes, o próprio Ibrahim é quem telefonava para recolher comigo os “furos” que ele antecipava.
Tempos sem celulares e internet. Dureza. Matérias passadas para o Rio por telex. Fotos transmitidas por telefoto. Muitas vezes alguém precisava ir ao aeroporto em busca de passageiro embarcando para o Rio de Janeiro, para levar material a ser entregue a funcionário do jornal aguardando no Santos Dummont ou no Galeão. Era gostosa e fascinante a vida de redação. A nossa era pequena, mas unida e competente.
FICAR NO BANCO… – Bolsonaro agiu com firmeza, ao assinar decreto mantendo a nomeação do presidente do BB Consórcio, Fausto Ribeiro, para novo presidente do Banco do Brasil (Correio Braziliense- 02/04). Fausto Ribeiro é valoroso servidor de carreira. Jovem e competente.
Críticas desapontadas e iradas contra a nomeação dele não procedem. São inócuas e preconceituosas. Depõem contra a credibilidade, respeito e estímulo que todos os servidores do Banco merecem e exigem.
Fora das atividades profissionais, Fausto é fascinado por futebol. Bom “peladeiro”. Sabe o perfume que a bola gosta. Agora, como presidente do Banco do Brasil, arrumar hora de folga para bater uma bolinha será difícil. O próprio Fausto admite, brincando com o trocadilho: “Agora não jogo mais. Fico no banco”.
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