Sara Resende
G1
O Senado aprovou nesta quarta-feira, dia 31, voto de censura a Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República. Na semana passada, Martins participou de uma sessão do Senado com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na ocasião, o assessor do presidente Jair Bolsonaro fez um gesto com a mão, interpretado como obsceno por parlamentares. Martins negou e disse que estava somente ajeitando a lapela do terno (veja detalhes no vídeo acima).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou a polícia legislativa apurar o caso. Como Martins não é parlamentar, o voto de censura não gera punição, é a forma de o Senado repreender publicamente o ato do assessor presidencial. Se for constatada alguma infração, o Senado pode enviar a investigação da polícia interna para o Ministério Público.
INDÍCIOS – A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul já informou ter encontrado indícios de crime e pediu a abertura de uma investigação sobre o gesto. O requerimento aprovado nesta quarta, apresentado por Fabiano Contarato (Rede-ES), afirma que Filipe Martins praticou “gestos racistas e preconceituosos”, compatíveis com a identificação usada pelo “movimento supremacista branco”.
No dia em que Filipe Martins fez o gesto, o Museu do Holocausto se pronunciou. Afirmou ser “estarrecedor” que não haja “uma semana que o Museu do Holocausto de Curitiba não tenha que denunciar, reprovar ou repudiar um discurso antissemita, um símbolo nazista ou ato supremacista”.
SINAL – O museu explicou ainda que: “Semelhante ao sinal conhecido como OK, mas com 3 dedos retos em forma de ‘W’, o gesto transformou-se em um símbolo de ódio. Recentemente, o gesto foi classificado […] como um sinal utilizado por supremacistas brancos para se identificarem.”
“O Museu do Holocausto, consciente da missão de construir uma memória dos crimes nazistas que alerte a humanidade dos perigos de tais ideias, reforça que a apologia a este tipo de símbolo é gravíssima. Nossa democracia não pode admitir tais manifestações”, concluiu.
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