Malu Gaspar
Os mapas dos líderes do Senado sobre qual seria o placar de uma votação hoje em torno do nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal apontam que o plenário está rachado ao meio. O número de votos contra Mendonça seria de pelo menos 37, sem contar os senadores que cogitam faltar à votação porque não querem o candidato de Jair Bolsonaro no STF, mas também não querem ficar mal com o governo.
Para ser nomeado, o indicado pelo presidente da República ao Supremo tem de contar com o aval de pelo menos 41 dos 81 senadores. Mesmo que ele tenha maioria dos votos no plenário, se não atingir os 41 votos sim, não pode ser nomeado.
DISPUTA APERTADA – Tanto os governistas como os anti-Mendonça dizem que hoje teriam condição de ganhar no plenário, mas ambos os lados sabem o quanto a disputa está apertada.
O que os aliados do presidente da República apostam é que, uma vez submetida à Comissão de Constituição e Justiça – condição necessária para que o nome de um candidato ao senado possa ser avaliado no plenário –, os votos começariam a virar a favor.
Isso, claro, em condições normais de temperatura e pressão. A última vez que um candidato a ministro do Supremo foi rejeitado no plenário do Senado foi no governo Floriano Peixoto, (1891-1894). Mas, nas palavras de um dos mais ativos operadores anti-Mendonça no Senado, “o governo Bolsonaro não é um governo normal. Nele acontecem coisas que nunca aconteceram antes”.
DEPOIS DO DIA 7 – Justamente por que o governo Bolsonaro não é um governo comum, tanto o presidente do Senado como o da CCJ, Davi Alcolumbre, tem dito a interlocutores que antes do dia 7 de setembro não acontece nada.
Só depois das manifestações bolsonaristas do dia da Independência é que Pacheco e Alcolumbre vão decidir se há ou não condições de pautar a indicação. Os governistas, por sua vez, vão poder refazer as contas e atualizar os mapas.
Se a correlação de forças piorar, a tendência é retirar a indicação de Mendonça para não submeter o candidato de Jair Bolsonaro a uma humilhação no plenário. Nesse caso, os ministros palacianos dizem que Bolsonaro substituiria Mendonça por outro candidato “terrivelmente evangélico”. Mas Alcolumbre e sua turma apostam que, se Mendonça naufragar, o nome de Augusto Aras, que eles sempre quiseram ver no cargo, volta ao páreo com força.
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