Joana Cunha
Folha
Empresários do setor de turismo que querem a volta do horário de verão agora vão usar o exemplo do Paraguai para tentar convencer Bolsonaro a retomar a prática no Brasil. O horário especial começa no próximo domingo (3) no país vizinho e vai até março de 2022.
“Se até o Paraguai, que é binacional com o nosso país pela Itaipu, reconhece que o horário de verão é importante, o presidente Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, precisam parar de ser teimosos mesmo sabendo que é uma alternativa viável e benéfica ao combalido setor do turismo”, diz o Fábio Aguayo, diretor da CNTur, que iniciou a pressão sobre o governo.
BOA ESTRATÉGIA – Ele afirma que o país vizinho entende que a mudança no relógio é uma estratégia para reduzir o consumo de energia elétrica neste momento.
O movimento encabeçado por Aguayo desde junho ganhou apoio de outros setores, como restaurantes, shopping centers, entidades do setor elétrico e de defesa do consumidor.
O governo ainda sinaliza resistência. O Ministério de Minas e Energia já disse que a medida teria impacto limitado no consumo de eletricidade e não ajudaria a enfrentar a crise energética atual. E o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou um estudo em que concluiu que a retomada do horário de verão não terá impacto no enfrentamento da crise energética, já que o programa não é mais garantia de economia de energia.
ECONOMIA – No verão 2016/2017, a economia decorrente da redução do uso de usinas foi de R$ 159,5 milhões. No mesmo período do ano anterior (2015/2016), foram economizados R$ 162 milhões.
Assim como no Brasil, o fim de alterações do horário durante o verão também está na pauta de discussão em outros países. Exemplo disso foi a aprovação pelo Parlamento Europeu da decisão de não realizar o horário de verão a partir de 2021.
A alteração também tem sido questionada nos Estados Unidos. Diversas iniciativas no Congresso e em Câmaras estaduais querem o fim do atual sistema, iniciado há um século e que ainda causa polêmica. Entre as discussões entre os americanos há sugestões que incluem a manutenção do horário de verão durante todo o ano.
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NOTA DA REDAÇÃO – O que se pergunta é o seguinte: na situação atual, com ameaça concreta de apagão, não seria recomendável a volta do horário de verão? Isso não significaria que Bolsonaro errou ao extingui-lo, pois hoje a realidade é mais sinistra. Às vezes, como dizia o macaco, a gente somente queria entender…. (C.N.).
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