Wilson Baptista Junior
Conversas do Mano
“Perdi um amigo nesta terça-feira. Muita gente aqui o conhece. A maioria gosta dele. Outros, não. Mas acho que ninguém conseguia ficar indiferente a ele.
Um gauchão enorme, alegre, combativo, às vezes destemperado, um grande contador de histórias para os amigos, um comentarista constantemente polemizador aqui no blog do nosso amigo Newton.
VIDA AGITADA – Teve uma vida cheia de aventuras, foi soldado e cabo da Polícia do Exército, vendedor viajante de multinacional, chofer de táxi, marido, pai e avô apaixonado.
Quase todos aqui conheciam só o seu lado briguento, desassombrado, às vezes metendo os pés pelas mãos no calor das discussões, mas sempre honesto nos seus argumentos.
Dizia-se ignorante por nunca ter cursado a universidade, mas tinha uma sabedoria dada pela vida e por um número enorme de livros lidos e estudados na paz do seu gabinete na pequena cidade de Rolante, que chamava de sua “oficina do conhecimento”, um conhecimento de história e filosofia que é privilégio de poucos.
PAIXÃO PELA ÓPERA – Apaixonado por música, veio-lhe cedo o gosto, por sua mãe cantora de ópera.
Escritor de verve e talento, deixou muitas e muitas histórias postadas no meu blog, algumas sobre sua vida, e fez ali uma quantidade de amigos que nunca o viram em pessoa mas o tinham em alta conta.
Um personagem complexo, interessante, às vezes surpreendente, dono de um enorme coração. Que o traiu ontem de manhãzinha, depois de setenta e dois anos de idas e vindas, de altos e baixos, num enfarte fulminante. Nesta segunda-feira tínhamos conversado por Whatsapp, na terça recebi uma mensagem da funcionária de sua casa, amiga de muito tempo, que o considerava como um pai: “O seu Chico faleceu hoje pela manhã”.
VAI FAZER FALTA – Seu Chico, Francisco Bendl, o meu amigo Chicão.
Deve estar agora lá em cima conversando com outro grande amigo, o Flávio Bortolotto.
Vai nos fazer muita falta.”
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