sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Moraes ameaça cassar Bolsonaro em 2022 se o gabinete do ódio divulgar “fake news”

 

 

Moraes: Responsáveis por disparos de fake news em 2022 serão cassados e  presos | Poder360

Moraes diz que vai prender quem divulgar novas “fake news”

Luana Patriolino
Correio Braziliense

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes afirmou que nesta quinta-feira (28/10) que não existem dúvidas sobre a existência de um gabinete do ódio trabalhando pela disseminação de fake news e incitação da violência. Mas advertiu que os atos desse grupo não ficarão impunes.

Moraes, que estará presidindo o Tribunal Superior Eleitoral durante a eleição de 2022, afirmou que “se houver repetição do que houve em 2018, terá cassação e prisão”.

RECADO AO PLANALTO – A declaração foi um recado ao presidente Jair Bolsonaro a seus assessores no Planalto, transmitido por Moraes durante o julgamento da cassação da chapa formada pelo mandatário e o vice, Hamilton Mourão. Por unanimidade, o TSE arquivou as ações que pedem a impugnação dos vencedores do pleito de 2018, por conta de disparo de mensagens em massa, mas não deixou em branco os atos ilegais do gabinete do ódio.

Moraes é relator do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF) e avisou: “Irão para a cadeia por atentar contra as eleições e a democracia”, avisou.

O magistrado votou contra a cassação de Bolsonaro-Mourão, mas fez duras críticas ao chefe do Executivo, além de afirmar que a Justiça Eleitoral “não será pega de surpresa” em 2022.

MILÍCIAS DIGITAIS – “Podemos absolver por falta de provas, mas sabemos o que ocorreu e o que vem ocorrendo. Essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar o ódio, a conspiração, o medo, para influenciar as eleições; para destruir a democracia. E não é só no Brasil”, comentou, acrescentando:

“Não podemos criar um precedente: Olha tudo o que foi feito, vamos passar o pano. Porque essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar o ódio”, destacou.

O magistrado ressaltou que, apesar da Corte absolver a chapa formada pelo presidente Jair Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, pelo disparo de mensagens em massa, não se pode fechar os olhos para as milícias digitais — que podem ameaçar as eleições do ano que vem. 

A PARTIR DOS EUA – “Essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar o ódio, a conspiração, o medo, para influenciar as eleições; para destruir a democracia. E não é só no Brasil”, disse.

“Esses grupos treinados por uma extrema direita fascista foram se espalhando dos EUA para a Polônia e depois para o Brasil. E nós vamos dizer que não ocorreu isso? Ocorreu e ocorre”, enfatizou Moraes.

“A justiça pode ser cega, mas não pode ser tola. Não podemos criar de forma alguma o precedente avestruz. Todo mundo sabe o que ocorreu. Todo mundo sabe o mecanismo utilizadas nas eleições e depois. Isso é fato mais do que notório”, destacou o ministro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em sensacional performance, Moraes deu recados artísticos. Um deles foi cinematográfico: “Nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado”. Outros dois foram musicais: “Nada será que antes” e “Este ano não vai igual àquele que passou”. Com isso, estremeceu o terceiro andar do Palácio do Planalto, onde o presidente trabalha cercado pelos filhos e pelos assessores do gabinete de ódio. E como se vê, não adiantou nada aquele telefonema que Bolsonaro foi obrigado a fazer para pedir desculpas a Alexandre de Moraes, que continua disposto a desmontar a usina de fake news montada no coração do país. Vamos aguardar. (C.N.) 

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