Na mesma sala, estavam o marido e a filha de 22 anos que presenciaram Maria da Penha ser retirada pela polícia
O caso ganhou repercussão em todo o Piauí e foi destaque em diversos meios de comunicação pelo Brasil.
No último domingo (21/11), em Teresina, uma mulher, dentro de uma sala de aula, aguardando o início da prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), é presa pela polícia que cumpria um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Ceará.
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Maria da Penha dos Santos, concedeu uma entrevista a TV Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí e contou detalhes do episódio que deixou a estudante abalada e a fez desistir de fazer um curso de graduação em uma universidade pública.
“Eu tentei falar, tentei me expressar, tentei me explicar. Eu disse que não era eu, que o mandado não era contra mim, que eu nunca, em hipótese nenhuma, cometi um crime de nenhuma natureza ou gravidade. Quanto mais um que me levasse a ser retirada na frente do meu marido e da minha filha, e eles ficaram na sala, mas sem saber o que tinha acontecido, porque não pode sair", comentou à TV Clube.
Na mesma sala, estavam o marido e a filha de 22 anos que presenciaram Maria da Penha ser retirada da sala pela polícia e não retornar para fazer a prova.
“A partir do momento que ela saiu da sala de aula e a gente não teve retorno do que havia acontecido, isso me prejudicou porque eu não consegui ler as questões, não consegui assimilar nada e a dúvida de qual seria o motivo dela não estar fazendo a prova”, contou a filha da mulher, Yarla Santos.
O delegado Willame Moraes, que conduzia a operação, informou que o nome da mãe era o mesmo do nome da mãe da mulher com o mandado de prisão em aberto. Além disso, os CPFs coincidiam. A única divergência era em relação ao nome do pai.
“Nós, ao consultar o mandado de prisão da Maria da Penha, constava o nome dela, o nome do pai e mãe. Não constava mais nenhum outro dado de identificação. A polícia, então, abordou essa aluna, solicitou que ela mostrasse alguma identificação e ela mostrou uma carteira de identidade, que constava o nome da mãe, nome do pai, RG e o CPF. O CPF que constava na carteira de identidade era o mesmo encaminhado pela Polícia Federal. O único dado que não batia era o nome do pai, que era divergente”, explicou o delegado.
Éfrem Cordão, advogado de Maria da Penha, ainda tentou explicar aos policiais que não era a mesma pessoa. O erro, só foi descoberto na segunda-feira (22/11), durante audiência de custódia.
“Eu comentei ‘meu deus, não é possível que a pessoa tendo se identificado, mostrando que o pai não era o mesmo pai e que não fosse ouvida’, isso porque não é minha filha, isso talvez seja pela cor da pele, por se tratar de uma mulher negra que tenham tratado ela dessa forma. De ter o cuidado de verificar o mandado, de ouvi-la”, disse o advogado.
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