Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
Dirigentes do PT, PSB, PCdoB e PV avançaram, semana passada, na definição da federação que esses partidos estão constituindo, com base na nova legislação eleitoral. Os entendimentos, porém, continuam tensos em razão das disputas regionais. Os quatro partidos chegaram à definição quanto ao comando da federação: os petistas ficarão com 27 dos 50 lugares da assembleia diretiva, enquanto o PSB ocupará 15 postos. PV e PCdoB ocupariam quatro cada um.
O PT tem, hoje, 53 deputados; o PSB, 30; o PCdoB, oito; e o PV, quatro. Para equilibrar a relação entre o PT e as demais forças, já que o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem maioria de assentos, as decisões seriam tomadas por maioria de dois terços e haveria um rodízio no comando da Executiva, que seria formada por um presidente e três vices, com um representante de cada partido.
MUITAS DIFICULDADES – Pela legislação vigente, as federações terão que se manter durante quatro anos e serão verticalizadas, ou seja, se reproduziriam em todas as unidades da Federação e teriam que valer para as eleições municipais de 2024, o que é um problema a mais. Os partidos estão enfrentando muitas dificuldades para conseguir reproduzir as federações em nível estadual e terão ainda mais, em nível municipal.
Como a nova legislação está exigindo que os partidos formem federações até 1º de março, ou apresentem chapas competitivas nos estados até as convenções, em junho, esse calendário está sendo considerado esquizofrênico. Os partidos recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que esse prazo seja prorrogado, de preferência até as convenções partidárias — ou seja, para 5 de agosto, bem depois da janela de transferência de partido, em março.
PT, PSB, PCdoB e PV, portanto, deram apenas um passo decisivo, porém ainda há muitas indefinições com a relação à forma como as federações serão compostas nos estados. Além disso, Lula quer ampliar as alianças do PT com partidos de centro.
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