terça-feira, 15 de março de 2022

PM usa balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes na PMT

 

 

Em nota, prefeitura afirma que ação foi necessária para acalmar os ânimos


 

A Polícia Militar usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar ato de professores da rede municipal da educação, nesta terça-feira (15), em frente ao Palácio da Cidade, no Centro de Teresina. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes protestavam diante do prédio e tentavam entrar no prédio da prefeitura. 

  

PM usa balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes na PMT
Reprodução

   

Ao A10+, o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm), Sinésio Soares, informou que a categoria realizava um ato pelo Centro de Teresina, quando avistaram o protesto do movimento por moradia que estava ocorrendo em frente ao Palácio da Cidade se juntaram ao local, já que ambos buscavam negociações com o prefeito Dr. Pessoa.

“Nós estamos no 37º dia de greve, estamos apenas cobrando da prefeitura o que o ministério da educação determinou. Fomos até a prefeitura e ao chegar lá unificamos os protestos atrás de negociações e simplesmente fomos retaliados com o batalhão de choque disparando bomba de gás e balas de borracha. Uma professora, dona Margarete, inalou o gás e desmaiou”, contou.

  

Sinésio Soares afirma que ação da PM foi desproporcionalTV Antena 10

   

De acordo com o coordenador, a reação policial foi desproporcional ao ato, visto que era uma manifestação pacifica, com protestantes totalmente vulneráveis e desarmados “Não entendemos essa reação truculenta semelhante a época da ditadura”, indagou.


Sinésio destacou ainda que após essa retaliação, uma nova manifestação está prevista para acontecer às 8h desta quarta-feira (16), no Teatro de Arena. “Estamos convocando toda a população para estar amanhã 8h , no teatro de Arena, manifestar pelos nossos direitos e contra essa ditadura da prefeitura. Não vamos aceitar, estávamos atrás de uma negociação passiva e fomos recebidos com isso”, desabafou.

  

Movimento ocorreu nesta terça-feira (15) no Centro de TeresinaReprodução TV Antena 10

   

Segundo o sindicalista, durante o ato estavam presentes crianças e idosos. Uma mulher grávida identificada como Letícia Raquel, moradora da ocupação Parque Universitário foi uma das feridas na repressão policial. Uma professora da rede pública desmaiou ao inalar o gás e algumas pessoas que passavam no local foram atingidos  por balas de borracha.

Professores estão em greve há 37 dias

Os trabalhadores da educação de Teresina seguem em greve há mais de um mês. Eles reivindicam o ajuste de 33% do piso salarial, além do rateio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação ao magistério.

O que diz a prefeitura?

Em nota enviada ao A10+, a Prefeitura de Teresina informou que a atitude da Polícia Militar “foi necessária para acalmar os ânimos e evitar maiores prejuízos” e que estudasse a possibilidade de pedir a ilegalidade da greve.

Veja abaixo a nota na íntegra:

Sobre a manifestação que ocorreu nesta terça-feira, 15, na frente do Palácio da Cidade, a prefeitura de Teresina informa que o prefeito Dr. Pessoa defende e entende que a luta por moradia é um direito da população.

Um princípio de tumulto gerou depredação no Palácio da Cidade e a Polícia Militar teve que interver para acalmar os ânimos e evitar maiores prejuízos.

Em relação às famílias que pedem a desapropriação de áreas privadas para que recebam os títulos de moradia, a PMT mantém um diálogo com todos e entende que não deve acontecer, em um primeiro momento, a desapropriação dessas áreas. Neste momento, a PMT realiza o Regulariza Teresina, o maior programa de regularização fundiária já realizado na cidade. Pelo programa, as famílias que ocupavam áreas públicas antes da gestão de Dr. Pessoa devem permanecer. Já aquelas que ocuparam novas áreas vão responder a justiça.

Sobre os professores da rede municipal de ensino, a PMT concedeu, neste mandato, um reajuste linear de 16%, a pedido dos próprios professores. Na primeira proposta, o percentual de aumento era maior, porém, escalonado.  O menor salário inicial de um professor da Prefeitura de Teresina é de R$ 5 mil, um dos maiores do país. A Prefeitura estuda pedir a ilegalidade da greve.

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