O Ministério Público Estadual entrou
nesta quarta-feira (02) com uma ação civil pública com o objetivo de
anular a licitação aberta pela Agespisa para contratação de empresa que
executará serviços contínuos de leitura de hidrômetros no Piauí.
Após
análise do edital e de todo o processo licitatório, foram constatadas
irregularidades como a inexistência de orçamento detalhado dos custos
unitários do serviço e superfaturamento no pregão realizado pela
Agespisa para a compra dos mesmos serviços presentes na licitação.
O
promotor de Justiça Fernando Santos, autor da ação, explica que a
Agespisa deveria ter apresentado os valores de serviços como o custo do
leiturista (salário a ser pago); passagem; papel térmico; transmissão de
dados via GRPS, com monitoramento via GPS incluso; coletor/transmissor
eletrônico de dados com georeferenciamento e dispositivo fotográfico;
impressora térmica portátil e os respectivos coeficientes. Para Santos, a
inexistência dos dados torna o pregão passível de nulidade.
“A
exigência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição dos custos unitários é essencial para a determinação do preço
a ser pago e para a escolha da proposta mais vantajosa no processo
licitatório. Não podemos saber qual a empresa com a melhor proposta se
nem possuímos os valores discriminados de cada produto que essa empresa
utilizará para fazer a leitura dos hidrômetros”, diz o promotor.
Outro
aspecto irregular da licitação apontado por Santos relata que os preços
tomados como base pela Agespisa no pregão 007/2012 estão, em média, 70%
maiores que os ofertados pelas empresas durante a licitação ocorrida em
Brasília. Nesse pregão, os itens da licitação (salário do leiturista,
passagem, valor do transmissor eletrônico, dentre outros) apresentam
valores sempre superiores à realidade de mercado.
De
acordo com Fernando Santos, com a correção dos valores o Estado teria
uma economia de R$ 219.020,00 (duzentos e dezenove mil e vinte reais)
por mês. “A Agespisa não apenas infringiu a lei ao não detalhar o preço
dos produtos, mas considerou preços de produtos superfaturados. De toda
forma, a ausência do orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os seus custos fará com que a Agespisa desembolse,
pelo serviço a ser implementado, um valor muito acima da realidade do
mercado”, frisa Fernando Santos.
Caso
a ação seja julgada procedente, e, ainda assim, a Agespisa homologue a
licitação e não anule o pregão presencial 007/2012, incidirá multa
diária no valor de R$ 5 mil no patrimônio pessoal do atual presidente da
entidade.
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