Mariana Jungmann (Agência Brasil)
A batalha judicial sobre a distribuição dos royalties do petróleo não
termina ontem, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre
não ser necessária obedecer a ordem cronológica para votação de vetos
presidenciais no Congresso. O governador do Espírito Santo, Renato
Casagrande, prepara uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin)
sobre a lei que trata do assunto. “Estou com a ação direta de
inconstitucionalidade pronta. Nela estou argumentando quebra de contrato
e de pacto federativo”, disse.
Casagrande estava no Congresso Nacional quando os ministros do STF
concluíam o julgamento sobre a ordem de votação dos vetos. Com a decisão
de ontem, os parlamentares poderão colocar em votação, na próxima
semana, o veto da presidenta Dilma ao projeto de redistribuição dos
royalties. Eles pretendem derrubar o veto e distribuir igualmente entre
os estados produtores e não produtores os recursos obtidos com os
royalties da produção. Pela lei em vigor, apenas os estados produtores
são beneficiados: Rio de Janeiro e Espírito Santo são só que mais
recebem.
Casagrande reconhece que será quase impossível convencer a maioria
dos parlamentares a não derrubar o veto presidencial. “Vamos tentar um
último esforço político, mas sabendo que é difícil. Ainda assim, estive
com os dois presidentes [da Câmara e do Senado] para uma conversa hoje”,
disse.
Os parlamentares dos estados produtores ainda não desistiram de
brigar no Congresso pela não derrubada do veto. “Vamos agora para a
batalha regimental”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que
promete tentar impedir a votação.
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