sábado, 23 de março de 2013

Desvendada a morte de vereador do PTB

A Polícia Civil chegou a conclusão de que o político foi assassinado por seus suplentes. Os suspeitos estão presos
 Fortaleza - Quatro pessoas acusadas de terem participado do assassinato do vereador Valdomiro do Nascimento de Sousa, 35, que exercia seu mandato pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em Pacatuba( CE) , foram identificadas em uma entrevista coletiva, na tarde de ontem, na Delegacia Geral da Polícia Civil. Os suspeitos de executar o vereador já haviam sido presos. Os autores intelectuais da morte foram capturados em suas casa, anteontem, em uma operação, em Pacatuba.

A delegada Milena Maciel concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem e revelou todos os detalhes do crime que vitimou o político FOTO: KLÉBER GONÇALVES


Valdomiro Nascimento foi morto no dia 25 de janeiro deste ano quando chegava a seu estabelecimento comercial, na Vila das Flores, em Pacatuba. Dois homens, que estavam em um Siena de cor branca, placas do Rio Grande do Norte, teriam sido responsáveis pela execução.

No decorrer das investigações a delegada titular de Pacatuba, Milena Maciel, chegou ao nome de Nata da Silva Modesto, 28, o ´Natan´. "Uma testemunha ocular do caso nos deu informações que renderam um retrato falado. A imagem feita foi muito fiel e acabamos identificando o ´Natan´", afirmou.

O suspeito foi preso no último dia 13 de março, por uma equipe da Delegacia de Cascavel. Na ocasião da prisão, ele confessou que estava naquele Município procurando um comparsa para praticar outro assassinato, possivelmente no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.

"No momento em que foi preso ele estava com a mesma roupa que usava no dia do homicídio de Valdomiro. A prisão naquela data foi muito importante, por que poupamos uma vida. Ele já arregimentava outro crime", disse Milena Maciel.

Segundo a delegada presidente do inquérito, Modesto disse ter começado a participar de homicídios há cerca de dois anos, mas nunca tinha sido o matador de fato, apenas se envolvia no casos. No entanto, no caso do vereador, ele confessou ter matado Valdomiro Nascimento e, em depoimento, teria delatado seu comparsa, identificado como Edvan Porfírio Pinto, o ´Velho´, ou ´Veim´, 50.

"O ´Veim´ deu apoio ao ´Natan´ após o crime. Ele ajudou dando fuga ao assassino. O carro usado no homicídio foi encontrado em poder deles", disse a delegada.

´Veim´ já tem uma ficha criminal extensa, onde constam outras seis passagens pela Polícia, por crimes contra a administração pública, homicídio, roubo e tráfico de drogas.

Além de delatar o comparsa, ´Natan´ também ajudou à Polícia a chegar aos autores intelectuais do crime. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, o primeiro e o segundo suplentes do político assassinado planejaram toda a trama.

Suplentes
José Cleodon Rodrigues Costa, 42, era o primeiro suplente de Valdomiro Nascimento e, segundo as provas que constam nos autos, tramou o crime para ficar com sua vaga na Câmara.

O segundo suplente e presidente do PTB de Pacatuba, Bezaliel Ribeiro de Farias, o ´Beto Ribeiro´, 34, teria ajudado nos planos que culminaram na morte de Valdomiro. "Ele teria benefícios com a morte. Foi conivente e participou da trama", disse Milena Maciel.

Modesto é primo de ´Beto Ribeiro´ e estava hospedado em seu sítio, na época que tudo aconteceu. "Por conta de um problema de família, o ´Natan´ foi convidado pelo ´Beto´ a ir morar com ele por um tempo. Ele estava há cerca de sete meses, em Pacatuba, e só foi embora quando matou o vereador".

Luiz Carlos Dantas afirmou que ´Beto´ teria também, ajudado a esconder o criminoso. "Eles pensaram ter praticado o crime perfeito, mas graças a um trabalho bem feito, podemos dizer que o crime foi elucidado. A princípio, somente os quatro arquitetaram e colocaram tudo em prática", afirmou o delegado geral.

Para a Milena Maciel, o desenrolar das investigações chegaram a um único ponto, que seria a motivação política. "Para nós e para o Poder Judiciário, que já expediu prisões preventivas para os dois executores e temporárias para os mentores, o crime teve motivação política. Não podemos aceitar este tipo de atitude de ninguém, principalmente de políticos, que devem dar bom exemplo à sociedade".

Os suspeitos da execução disseram ter recebido R$ 2,5 mil para praticar o assassinato do vereador. Os suspeitos de mandantes ainda serão ouvidos. Os quatro implicados já estão recolhidos nos xadrezes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O crime causou revolta e indignação nos moradores e eleitores da cidade de Pacatuba.

Protagonistas
Acusados da trama
José Cleodon Rodrigues da Costa, 42, era o primeiro suplente do vereador assassinado. Segundo a Polícia, ele teria sido o mandante da execução com o objetivo de assumir o cargo. Teve prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da Polícia Civil e está detido na Divisão de Homicídios.

Bezaliel Rodrigues de Farias, o segundo suplente, e presidente do PTB de Pacatuba, também teria participado do assassinato do colega vereador. A Polícia informa que ele agiu em conluio com José Cleodon para ter benefício político. Também teve a custódia decretada pela Comarca de Pacatuba.

Nata da Silva Modesto, conhecido por ´Natan´, confessou ter praticado o assassinato do político. Ao ser detido pela Polícia, no Município de Cascavel, deu detalhes de toda a trama e, ainda, confessou que estava ali para encontrar um comparsa com quem iria praticar um segundo homicídio.

Edvan Porfírio Pinto, conhecido como ´Velho´ ou ´Veim´, é suspeito de ter tido participação no crime, ajudando na fuga do pistoleiro. Também teria usado um veículo que acabou sendo achado pela Polícia. Conforme a delegada, ele já possui extensa ficha criminal e teve prisão preventiva decretada agora.

MÁRCIA FEITOSAESPECIAL PARA POLÍCIA /Diário do Nordeste )

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