domingo, 29 de dezembro de 2013
Eduardo Campos critica capacidade de prevenção da gestão do governo federal
Tércio Amaral/Diário de Pernambuco
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), virtual candidato à Presidência da República, criticou a capacidade de “prevenção” da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) em seu perfil no Facebook na manhã deste domingo (29). O socialista se referiu às enchentes do Espírito Santo, na região Sudeste, que desalojou mais de 60 mil moradores, além de ter destruído diversas estradas que cortam o estado. “Eu sempre digo que não adianta colocar uma tranca na porta da sala depois que o ladrão já assaltou a casa”, declarou.
Na postagem, Eduardo Campos lembrou uma proposta do ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, também do PSB e cotado como possível candidato ao governo de Pernambuco nas eleições de 2014. A Medida Provisória (MP) foi entregue por Bezerra à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que facilitaria o acesso dos recursos às regiões atingidas pelas chuvas no país. O fato aconteceu em março de 2012.
“Foi preciso que uma tragédia se abatesse sobre o Espírito Santo para que finalmente o processo avançasse. Ou seja, o governo não encontrou uma solução rapidamente; a solução estava na mesa, esperando para ser lida há dois anos. Este é o tipo de ineficiência administrativa que o brasileiro se cansou de ver, e que mostra que Brasília continua morando num Brasil bem diferente daquele que viu o povo ir às ruas no meio do ano”, disse o governador.
No final desta semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou um “auxílio ilimitado” para os estados devastados com as chuvas. Além do Espírito Santo, o estado de Minas Gerais também sofre com as enchentes. Só na última semana, 23 pessoas morreram no Espírito Santo e 20 em Minas por conta das cheias. A poucos dias de acabar o ano, o programa Gestão de Riscos e Respostas a Desastres, que tinha R$ 5,3 bilhões para serem aplicados em 2013, investiu 3,2 bilhões — o equivalente a 62% do total, já contando recursos pendentes de anos anteriores que só foram pagos no exercício atual.
“Olha, eu sempre digo que não adianta colocar uma tranca na porta da sala depois que o ladrão já assaltou a casa. E este é um dos maiores problemas da velha política do Brasil: os problemas só existem quando ocorrem. Não é segredo para ninguém que as mudanças climáticas que o mundo vem passando têm causando cada vez mais tragédias. Infelizmente, em Brasília ainda é regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida”, completou Campos.
Confira o texto na íntegra
Olha, eu sempre digo que não adianta colocar uma tranca na porta da sala depois que o ladrão já assaltou a casa. E este é um dos maiores problemas da velha política do Brasil: os problemas só existem quando ocorrem. Não há a menor estratégia para tentar evitá-los ou reduzir seu impacto antes que eles aconteçam.
Não é segredo para ninguém que as mudanças climáticas que o mundo vem passando têm causando cada vez mais tragédias. Em Pernambuco, tomamos diversas ações para minimizar os danos causados pela chuva. Uma delas consiste na construção de cinco barragens em quatro anos, duas delas já estão em construção e não apenas irão resguardar a população local como transformar a realidade da região, atraindo empresas.
Infelizmente, em Brasília ainda é regra esperar o pior acontecer para tomar alguma medida. Tempos atrás, o ex-Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, do PSB, entregou à Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, uma MP facilitando o acesso dos recursos às regiões atingidas pela chuva.
Isto aconteceu em março de 2012.
A MP foi publicada somente agora, depois de passar quase dois anos parada em Brasília.
Foi preciso que uma tragédia se abatesse sobre o Espírito Santo para que finalmente o processo avançasse. Ou seja, o governo não encontrou uma solução rapidamente; a solução estava na mesa, esperando para ser lida há dois anos. Este é o tipo de ineficiência administrativa que o brasileiro se cansou de ver, e que mostra que Brasília continua morando num Brasil bem diferente daquele que viu o povo ir às ruas no meio do ano.
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