Aline Moura - Diario de Pernambuco
Apesar da infidelidade partidária, PT segue dependente do PMDB. Ontem, Lula encontrou-se com vice-presidente e principal liderança peemedebista. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula |
Entre os alvos das famosas piscadas do PMDB, existe até um democrata. Exatamente. Na Bahia, a legenda vai apoiar a pré-candidatura de Paulo Souto, aliado da família de Antônio Carlos Magalhães e maior rival do PT. A Bahia tem sido um dos estados considerados prioritários do PT nesta campanha - já recebeu a visita do ex-presidente Lula no início do mês. À revelia dessa importância, o ex-ministro da Integração Nacional da era Lula, Geddel Vieira, é cotado como pré-candidato ao Senado na chapa de Paulo Souto.
O Ceará é outro estado que provoca desentendimentos entre o PT e o PMDB. O senador Eunício de Oliveira (PMDB) não abre mão de ser candidato ao governo, contrariando a família dos irmãos Gomes (Ciro e Cid), que são bem próximos de Dilma e Lula e apostam em outro nome. Dilma não quer contrariar Eunício nem Ciro e adia a decisão o quanto pode.
Crítico ferrenho dos senadores José Sarney e Renan Calheiros, Eduardo não vem se furtando, contudo, em fazer alianças com outras lideranças do PMDB em alguns estados. Um exemplo foi a aproximação de Eduardo com o senador Jarbas Vasconcelos, em 2012 em Pernambuco. Aliás, o peemedebista vem sendo um dos principais articuladores desse “namoro”, organizando reuniões com correligionários dissidentes.
Relações estreitas
Sergipe e Rio Grande do Norte são dois casos a parte onde o PMDB mantém relações estreitas com o PSB na base, mas ninguém da cúpula admite. Em Sergipe, o senador Antônio Carlos Valadares é pré-candidato ao governo pelo PSB, mas não esconde a simpatia pelo governador Jackson Barreto (PMDB), que está na política desde a década de 1980, e pela presidente Dilma. Uma solução seria apoiar a pré-candidatura do senador Eduardo Amorim (PSC).
Já no Rio Grande do Norte, Eduardo está em desconforto com a possibilidade de Wilma de Farias (PSB), sua pré-candidata ao governo, apoiar o palanque do deputado federal Henrique Alves (PMDB), presidente da Câmara Federal. A aliança entre socialistas e peemedebistas nesse estado pode por em xeque o discurso da nova política. Eduardo, contudo, ainda não conseguiu impedir as articulações na base.
Apesar de mirar para todos os lados, contudo, o PMDB continua sendo cortejado. Nas suas contas, o único estado onde o partido não terá candidato ao governo, vice ou senador é o Acre.Saiba mais
19 é o número de pré-candidatos ao governo lançados pelo PMDB, o maior número entre todos os partidos
8 é a quantidade de unidades da Federação onde o PMDB estará aliado ao PSB. São eles: Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe Roraima e Rondônia
3 é o número de estados onde o PMDB quer fazer aliança com o PT, mas enxerga impasses. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará não há consenso do apoio aos petistas e a recíproca é verdadeira
13 é o quantitativo de estados onde o PMDB e o PSB devem estar em campos opostos, em virtude das movimentações mostradas até agora. São eles: Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Alagoas, Mato Grosso, Maranhão, Paraíba, Pará, Amazonas, Tocantins e Amapá.
3 é o número de locais onde o cenário para o PMDB é diferente dos descritos acima. Na Bahia, o partido apoiará o DEM; no Distrito Federal manterá aliança com o PT; no Acre, não terá candidatos majoritários.
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