segunda-feira, 25 de agosto de 2014

As aparências enganam, na poesia de Sergio Natureza e Tunay


O compositor, poeta e letrista carioca Sergio Roberto Ferreira Varela, conhecido como Sérgio Natureza, mostra nesta belíssima letra que, realmente, “As Aparências Enganam”. Principalmente, quando se trata de sentimento do tipo amor e ódio e suas infindas consequências. A música foi gravada por Elis Regina no LP Elis, Essa Mulher, em 1979, pela WEA.
AS APARÊNCIAS ENGANAM
Tunay e Sérgio Natureza
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira ainda vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor.
       (Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
 
 

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