Correio Braziliense
Após uma insuficiência cardíaca, o presidente de
honra do Grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes, morreu em casa, em
São Paulo, na noite de domingo (24/8). O empresário de 86 anos deixa a
mulher, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos. O
corpo está sendo velado no Salão Nobre do Hospital Beneficência
Portuguesa. O cortejo deve sair às 16h rumo ao Cemitério do Morumbi,
onde o corpo será enterrado.
Em nota, o Grupo Votorantim lamentou a perda dele, considerado pela
empresa um grande líder. “Serviu de exemplo e inspiração para seus
valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel
social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais
justo, com saúde e educação de qualidade para todos”, diz a nota.
Antônio Ermírio de Moraes era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School of Mines, nos Estados Unidos, e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antonio Ermírio e seu irmão José herdaram um forte grupo empresarial e o transformaram num império. Um homem simples, trabalhador, que se revoltava com a situação do país. Tentou entrar na política, foi candidato ao governo de São Paulo, chegou em terceiro lugar. Teria sido um presidente da República fabuloso, mas quem se interessa em eleger um empresário disposto a lutar pelos interesses nacionais? Segue abaixo um dos artigos de Antônio Ermírio na Folha. (C.N)
Antônio Ermírio de Moraes era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School of Mines, nos Estados Unidos, e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antonio Ermírio e seu irmão José herdaram um forte grupo empresarial e o transformaram num império. Um homem simples, trabalhador, que se revoltava com a situação do país. Tentou entrar na política, foi candidato ao governo de São Paulo, chegou em terceiro lugar. Teria sido um presidente da República fabuloso, mas quem se interessa em eleger um empresário disposto a lutar pelos interesses nacionais? Segue abaixo um dos artigos de Antônio Ermírio na Folha. (C.N)
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‘The Buy American Act’, 1933
Antonio Ermírio de Moraes
No último fim-de-semana, navegando um pouco pela Internet, verifiquei
que a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos está sendo processada
porque contratou no exterior, indevidamente, uma série de serviços que
poderiam ser contratados domesticamente.
O processo tem fundamento numa lei americana
que exige de todos os órgãos governamentais o esgotamento das
possibilidades de compra dentro do país, antes de buscar bens e serviços
importados -”The Buy American Act”.
Dessa lei ninguém escapa. Ela foi aprovada em
1933, com o propósito de estimular a geração de empregos para os
trabalhadores americanos. Os órgãos públicos são obrigados a comprar nos
Estados Unidos tudo o que necessitam, desde lápis e borracha até aviões
e serviços de engenharia.
Nesse período, a lei sofreu pequenas
correções, devido aos tratados de comércio internacional. Mas a sua
espinha dorsal ficou inalterada.
É isso mesmo: os Estados Unidos, o país mais
liberal do mundo -ou dito liberal-, implementam há mais de meio século
uma lei para proteger seus empregos!
No mesmo dia em que detectei essa pérola do
protecionismo mundial, vi o presidente da Federação das Indústrias de
Minas Gerais, sr. Stefan Salej, inconformado, com razão, pelo fato de o
Brasil ter importado, em 1997, cerca de US$ 10 bilhões em produtos
“inadequados” -por falta de qualidade ou especificação técnica (dados do
Inmetro).
O Brasil impõe muito poucas exigências para
os produtos importados -o inverso do que ocorre com os países avançados,
que usam de um colossal rigor para tudo o que compram, desde padrões
sanitários para a agricultura até as mais sofisticadas normas técnicas
para indústria, comércio, serviços e, recentemente, também para o
trabalho e o meio ambiente.
Este é o país do oito ou do oitenta.
Ficamos fechados por quase meio século, o que prejudicou severamente a
nossa evolução tecnológica. Mas, agora, escancaramos as portas para os
importados sem nenhuma seletividade, prejudicando a produção e o emprego
nacional.
Jamais pretendi voltar aos tempos do
protecionismo retrógrado. Mas não consigo entender a razão da
insistência em um método tão errático e estabanado como o que vem sendo praticado no Brasil.
É claro que precisamos crescer no comércio
internacional. Para tanto, é essencial aumentar exportações e
importações. Não seria nada mau, porém, se jogássemos esse jogo com
inteligência, procurando tirar vantagem nas duas pontas -importando o
útil, exportando o excedente e gerando o necessário: “empregos”!
Apesar dos 65 anos de atraso, você não acha que ainda há tempo para aprovar, no Brasil, o “Buy Brazilian Act”?
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