Doações, parede e telha foram levadas de barraco de madeira, diz família.
Mãe descobriu gravidez de quadrigêmeas durante parto normal em agosto.
Odair e Denir ficam com as filhas na maternidade Cândido Mariano (Foto: Cláudia Gaigher/ TV Morena)
Denir Campos e Odair Cândido, pais das quadrigêmeas indígenas Eliza, Elizabete, Elizângela e Elizete,
não têm para onde levá-las quando saírem da maternidade Cândido
Mariano, em Campo Grande. O barraco onde a família vivia em Anastácio, a
128 km da capital sul-mato-grossense, foi roubado três vezes durante o
tempo em que os pais estão acompanhando as recém-nascidas no hospital.
Casal tem outras quatro meninas
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
"Da última vez, levaram os mantimentos, doações de compra e de roupa, a
madeira da parede e até uma folha de telha amianto do barraco. É triste
saber que o pouco que a gente tinha foi levado", contou Odair ao G1.(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Ele diz estar preocupado com o destino da família depois que as quadrigêmeas tiverem alta do hospital, mas afirma que vai reconstruir tudo de novo.
"Começamos a ficar desesperados, porque logo elas vão ter alta e nem temos onde morar. Mas, se não tiver outra solução até lá, vamos voltar e construir de novo. Vou ter que trabalhar na cidade para ganhar dinheiro e ainda ajudar a cuidar das bebês", ressaltou Odair, que antes trabalhava de diarista em uma fazenda.
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Ela também está apreensiva com a falta de moradia e de espaço para acomodar as novas integrantes da família com as outras quatro filhas do casal. "Preocupado a gente está, mas uma coisa de cada vez. Primeiro vamos cuidar para elas terem alta do hospital", explicou.
As meninas completaram dois meses de vida na última terça-feira (28) e devem ter alta em duas semanas, segundo a equipe médica.
Elas estão juntas no setor do Projeto Canguru, na maternidade Cândido Mariano, onde três delas ainda precisam ganhar peso para atingir 2 quilos.
Univitelinas, as quadrigêmeas nasceram de 31 semanas, em um intervalo de 10 minutos entre elas, com pesos entre 890 gramas e 1,170 quilo. Logo depois do parto, as bebês foram levadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, onde permaneceram por cerca de um mês. Depois foram transferidas para uma Unidade Intermediária (UI) e, em seguida, tiveram alta para ir para o quarto.
Casa de madeira e lona, onde mora família
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Oito filhas(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
O casal tem outras quatro filhas, de 4, 7, 10 e 12 anos, que moram em Anastácio. As meninas estão na fazenda com uma tia. A família mora em um barraco de dois cômodos, às margens da BR-262.
A renda da família depende do serviço de Odair, que é diarista em uma fazenda, já que Denir é dona de casa e não trabalha. Denir é mãe também de dois rapazes, de 18 e 19 anos, e uma menina de 22 anos, que não moram mais com ela.
Ajuda e doações
Por conta da condição financeira e social, a família das quadrigêmeas precisa de doações para as recém-nascidas, porque prepararam enxoval para gestação de gêmeas, apontada pelo único exame de ultrassom feito durante a gestação.
Por isso, uma campanha para recebimento de doações foi criada pela maternidade Cândido Mariano. A unidade informa que podem ser doadas fraldas. Roupas para meninas também serão aceitas. As doações podem ser feitas diretamente no hospital, localizado na rua Marechal Rondon, 2.644, Centro de Campo Grande.
Quadrigêmeas indígenas estão juntas em quarto de maternidade em MS (Foto: Cláudia Gaigher/ TV Morena)
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