domingo, 17 de maio de 2015

Justiça já bloqueou 700 milhões das empreiteiras da Lava Jato

Ricardo Brandt, Julia Affonso e Mateus Coutinho
Estadão
A Justiça Federal no Paraná decretou o bloqueio de R$ 544 milhões de duas empreiteiras e de uma empresa fornecedora de tubos nas obras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco. O confisco ocorreu quarta feira, no âmbito de ações de improbidade da Operação Lava Jato. A informação foi divulgada pelo procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força tarefa da Lava Jato.
Foram bloqueados R$ 241 milhões da empreiteira Camargo Corrêa e do Grupo Sanko, ambos envolvidas em supostas irregularidades na Abreu e Lima. Em outra decisão, a Justiça embargou R$ 302 milhões da empreiteira Galvão Engenharia.
Com o valor bloqueado anteriormente da Engevix Engenharia, o montante tornado indisponível de empresas acusadas na Lava Jato já alcança R$ 700 milhões, segundo Dallagnol.
JÁ SÃO 28 ACUSAÇÕES FORMAIS
O procurador anotou que com as denúncias divulgadas quinta feira, contra quatro ex-deputados federais e outros 9 acusados, já chega a 28 o total de acusações formais perante a Justiça Federal contra 128 investigados, além de cinco ações de improbidade.
A Lava Jato conta 15 acordos de delação premiada que levaram à restituição voluntária de R$ 570 milhões. Foram repatriados R$ 369 milhões.
“Sobre o aspecto patrimonial, temos algumas novidades”, disse Deltan Dallagnol. “Foram anunciadas decisões determinando o bloqueio de R$ 241 milhões de propriedade da Camargo Corrêa e da Sanko. Foi também proferida uma decisão judicial na esfera cível, em medida cautelar paralela às nossas ações de improbidade administrativa determinando o bloqueio de R$ 302 milhões relativos à Galvão Engenharia. Então, nós temos uma novidade de R$ 544 milhões que são objeto de decisão judicial em relação a essas empresas. Nós já tínhamos o bloqueio determinado em relação à Engevix, de modo que o total dos bloqueios chega a R$ 700 milhões, em razão das ações de improbidade administrativa.”
FALAM OS RÉUS
Com a palavra, as empresas atingidas pela decisão?
“A Construtora Camargo Corrêa adotará as medidas cabíveis após a intimação.”
“A Galvão Engenharia desconhece decisão judicial nesse sentido. Causaria surpresa tal determinação, pois na ação em que o MPF pede a devolução de valores, ajuizada há cerca de três meses e da qual tivemos conhecimento, não há referência a qualquer tipo de bloqueio. Reiteramos a defesa já apresentada nos processos em curso, de que não participamos de qualquer cartel e de que nossos contratos com a Petrobrás foram firmados com valor médio 24% inferior ao máximo admitido pela empresa em suas licitações.”
O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que representa o Grupo Sanko, declarou que “não tem conhecimento da ordem de bloqueio de ativos da empresa”. Segundo D’Urso, a Sanko “não dispõe de recursos e reserva que pudessem ser bloqueados”.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário